A Associação dos Amigos da Amendoeira (AAA) defende a plantação de amendoal nos terrenos agrícolas, para superar as carências daquele fruto seco, do qual Portugal produz apenas duas mil toneladas quando necessita de seis mil. O presidente daquela organização sediada em Freixo de Numão (Foz Côa), Joaquim Grácio, garante que a cultura da amendoeira «é rentável, cria riqueza, é boa para o ambiente, contribui para o não alastramento de fogos florestais, tem mercado e melhora as condições de vida das populações». Em comunicado, o responsável critica a Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), que incentiva a plantação de olival super-intensivo, «depois de se esgotar a área de 30 mil hectares de olival que o Estado foi autorizado a plantar». Lembra, por outro lado, que a Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), ao incentivar a florestação de terras agrícolas «porque se perderam 300 milhões de euros do programa RURIS, não aproveitados nas culturas mediterrânicas como a vinha, olival e o sobreiro, esquece que a amendoeira é uma cultura mediterrânica». Para Joaquim Grácio, a amendoeira é «marginalizada ao ponto de não constar no Parcelário Agrícola Nacional (P1), ao contrário da bananeira, que é uma cultura tropical». O responsável da AAA condenou ainda os «milhões da União Europeia para plantar e arrancar, sucessivamente, sistemas de rega onde nunca passou gota de água, para instalação de queijarias que nunca produziram um queijo e sala de ordenha onde o Estado é o único ordenhado, criando-se assim autênticos profissionais de subsídios». Joaquim Grácio acredita que os fundos comunitários poderiam ser aplicados «positivamente» na cultura da amendoeira, tradicional e uma das principais da zona quente do Douro que constitui «fonte de rendimento sócio-económico e turístico, além de factor de animação cultural», concluiu.
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