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Assim vamos… defendendo os valores locais

É com lamentável desagrado que verifiquei que “O Interior” não achou interessante a notícia da presença de um elemento da Associação de Voleibol da Guarda num jogo da “World League”, em estreia mundial absoluta no que às respectivas funções diz respeito.

É, de facto, notável… Leva-me a ponderar o que constituirá notícia para esse jornal: talvez o futebol distrital, talvez o futebol local, talvez um goleador do futebol distrital, sem desprimor, seja notícia para três quartos de página… Isto são, na verdade, os critérios editoriais que revelam os valores das pessoas com responsabilidades na matéria.

O voleibol na Guarda atravessou e atravessa uma situação periclitante, carecendo da ajuda de todos. (…) “Ipso facto” considero que o critério aplicado por V.ª Ex.ª não é correcto nem dignifica os jornalistas dessa casa. É uma pena que, tanto na Guarda e na Covilhã tenha de recomendar aos voleibolistas, e não serão em número despiciendo, leituras dos jornais que noticiam o voleibol. E que V.ª Ex.ª, com este tipo de critérios, esteja nitidamente a obstar ao esforço de poucos para reactivar a actividade voleibolística no seu todo, tanto na prática desportiva como na parte específica da arbitragem, que, por ser difícil e desgastante, carece, “a fortiori”, de maior empenho e visibilidade na sua divulgação.

Obrigado, então, por nada. (…)

Mário Sucena, presidente da Associação de Voleibol da Guarda

N.R.: “O Interior” foi, quase seguramente, o único jornal que acompanhou “in loco” a fase regional do Gira-Volei na Guarda (na última edição dedicámos meia-página ao evento – página 25). Mas isso não interessa ao senhor presidente, pelos vistos, muito mais preocupado com a sua presença em Guimarães, como árbitro, num jogo a contar para a Liga Mundial, entre Portugal e o Japão. De resto, refira-se que os árbitros nesse jogo foram o canadiano G. Bradbury e o italiano P. Porcari. Não sabemos qual foi o papel do senhor presidente, mas considerando o seu protesto veemente, deve ter sido da maior relevância. Ficamos satisfeitos, e a Guarda deve regozijar-se, por sabermos que o árbitro, e presidente da AVG, esteve presente num jogo internacional de voleibol. Para nós é mais importante dar realce a um evento que movimentou centenas de jovens praticantes na região do que destacar uma presença individual num qualquer jogo internacional em Guimarães. Se é assim que acha que divulga a modalidade, temos critérios diferentes, obviamente. Não vemos onde estamos a prejudicar a divulgação do voleibol na Guarda (a responsabilidade da divulgação do voleibol é da AVG, que aliás recebe subsídios nesse sentido, nós, dentro das nossas possibilidades, limitamo-nos a procurar transmitir a informação relevante).

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