Linhares da Beira trajou a rigor e recriou uma viagem ao passado, que durou todo o fim-de-semana, concentrando no Largo do Castelo barraquinhas, gastronomia e muita animação, com o bulício dos mercados de outros tempos, a música da época e as bandeirinhas. Tudo a condizer com o ambiente medieval. A I Feira Medieval contou com a presença de dezenas de artesãos de todo o país das mais diversas actividades e produtos típicos da região.
A Aldeia Histórica pretendeu sobretudo oferecer uma viagem ao passado e promover o seu património naquela que promete ser a primeira de muitas feiras medievais. Quem por ali passou encontrou um autêntico cenário medieval, com bobos, malabaristas, acrobatas, saltimbancos, cuspidores de fogo, venda de escravos e até combate de espadas. Todos se vestiram a preceito e recriaram um verdadeiro mercado popular da época, com ferreiros e cesteiros a trabalhar ao vivo, e outros produtos, como mel, bijutarias, venda de licores, entre outros. Para completar a viagem histórica, também a ementa remontava ao passado, onde o porco assado no espeto era acompanhado pelo vinho ou sangria. Durante dois dias criaram-se tradições medievais, desde a Ceia Medieval a assaltos ao castelo, autos de fé, duelos a cavalo, investidura do Alcaide, bem como o julgamento de bruxas, hereges e ladrões, entre muita outra animação. Enfim, a história ao vivo, onde não faltou animação e cantares da época, cavalos, águias, mochos, jogos e farsas. As ruas da aldeia ganharam um buliço medieval e reviveram histórias de outros tempos. Nem os sinais de trânsito escaparam e foram tapados por sacos de serapilheira com símbolos medievais.
O principal objectivo desta iniciativa, organizada pela autarquia de Celorico, «foi o de animar a aldeia histórica e proporcionar aos visitantes uma viagem no tempo», explica o vereador do Turismo, António Silva, acrescentando que, «só no primeiro dia, passaram pela aldeia cerca de 800 pessoas». O ponto alto aconteceu no sábado à noite com a Ceia Medieval que «ultrapassou em larga escala as expectativas», realça o vereador, ao acrescentar que houve muitas inscrições de última hora. Outro dos objectivos, «passa por atrair turistas ao concelho», constata o responsável pelo pelouro do Turismo. Para António Silva, o sucesso deve-se «à boa divulgação do evento» junto dos órgãos de comunicação social, agências de turismo e da página da Internet construída para o efeito, que «captou cerca de dez por cento dos visitantes fora do distrito», sublinha. Durante três dias também esteve colocado um “outdoor” a anunciar a Feira Medieval, junto à saída da A25 para Celorico da Beira: «Apesar de nos ter sido dada a autorização da EP – Estradas de Portugal, depois de colocado, arrancaram-no», lamenta o vereador, que ainda vai pedir satisfações pelo incidente.
Como esta foi a “edição zero”, a próxima será «diferente», garante o vereador, e adianta que vai ser necessário «fazer alguns melhoramentos». Para o próximo ano, já se pensa num novo formato que contempla também o centro histórico de Celorico da Beira. «Trata-se de um projecto a médio-prazo, que pretende atrair turistas para visitar dois dos Castelos mais bonitos do concelho», revela António Silva. De resto, o evento foi apoiado pela Junta de Freguesia de Linhares da Beira, sendo a animação da responsabilidade da Anima História.
Patrícia Correia