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Asma

Fundação Portuguesa do Pulmão

O termo asma deriva do grego ásthma, que significa ofegante.

A asma é uma doença crónica, multifatorial, com carácter episódico, que pode ter início em qualquer idade e que apresenta prevalência crescente nos países desenvolvidos.

Caracteriza-se por ser uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que, em indivíduos suscetíveis, origina episódios recorrentes de pieira, dispneia (falta de ar), aperto torácico e tosse, particularmente noturna ou no início da manhã.

A sintomatologia deve-se ao broncoespasmo, diminuição do calibre brônquico que é habitualmente reversível após terapêutica e, por vezes, espontaneamente.

Estudos epidemiológicos demonstraram que a maioria dos doentes asmáticos são atópicos (alérgicos), mas existe uma percentagem de doentes em que não é possível demonstrar essa característica.

Estes doentes atópicos associam frequentemente à asma outra sintomatologia como conjuntivite, rinite ou eczema.

Os asmáticos podem apresentar sintomas quando entram em contacto com os agentes a que estão sensibilizados (ácaros do pó da casa, pólenes, ervas, pêlos de animais domésticos, etc).

Os ácaros do pó da casa, Dermatophagoides pteronyssinus e Dermatophagoides farinae, desenvolvem-se a temperaturas superiores a 20 ºC e com elevado grau de humidade, sendo responsáveis por crises que acontecem mais frequentemente na Primavera e Outono.

Já nos alérgicos a pólenes de flores (Gramíneas), as crises são mais frequentes entre Abril e Junho.

Existem ainda outros fatores desencadeantes tais como poluição atmosférica, agentes ocupacionais, fármacos (anti-inflamatórios e aspirina), infeções respiratórias, exercício físico, frio, estados emocionais e outros.

A maioria dos doentes asmáticos pode ter a sua doença controlada com os fármacos atualmente disponíveis: broncodilatadores e anti-inflamatórios, administrados por via inalatória e oral.

A imunoterapia específica (vacina alergénica), é um tratamento adjuvante que consiste em administrar doses progressivamente crescentes de um alergéneo, o que levará à melhoria dos sintomas relacionados com a exposição a esse alergéneo. Utilizadas quando não é possível a evição do alergéneo, as mais frequentemente usadas são as de extratos de ácaros de pó da casa e pólenes.

A terapêutica da asma deve ser instituída o mais precocemente possível, deve estar adaptada à gravidade da doença e deve ser permanentemente monitorizada.

Para que isso aconteça a colaboração do doente asmático é fundamental, pelo que compete aos profissionais de saúde informar o doente sobre a sua doença e sensibilizá-lo para a necessidade de a monitorizar e de estar alerta para os sinais de exacerbação.

O Serviço de Pneumologia da Unidade Local de Saúde da Guarda possui uma consulta de asma para onde podem ser orientados todos os doentes em que haja necessidade de confirmar o diagnóstico, efetuar exames complementares de diagnóstico adicionais tais como testes cutâneos de alergia ou avaliação funcional respiratória, e doentes com asma grave ou que não respondam ao tratamento.

Por: Luís Ferreira

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