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As obras de uma vida

Exposição “Horizonte. 50 anos de pintura”, de Luís Gonçalves está patente no TMG até 14 de Março

«Missão cumprida!». Era assim que Luís Gonçalves se sentia no último sábado, na inauguração da exposição “Horizonte. 50 anos de pintura”, que faz uma grande retrospectiva da obra do pintor guardense e que pode ser vista na galeria de arte do TMG até 14 de Março.

Esta é a «maior exposição da galeria até hoje» e é «grande não só na quantidade, mas também pela qualidade» do artista que nunca tinha feito uma mostra «desta envergadura» na sua cidade, enalteceu o director do TMG. Américo Rodrigues reforçou que foi o próprio pintor a assumir a selecção das obras, sendo este «um acto de elementar justiça» para com Luís Gonçalves. Já o vereador da Cultura na Câmara da Guarda, Virgílio Bento, agradeceu ao pintor por «nos mostrar um novo olhar sobre a Guarda», considerando que os quadros expostos são a «expressão da formosura da Guarda». O artista ouviu os elogios e respondeu que o que fez «foi por gosto, interesse próprio e por amor ao meu espaço», revelando que, assim que o TMG abriu, logo disse aos seus amigos que «era ali que exporia». Aos jornalistas, aquele que é considerado o pintor guardense com maior exposição nacional e internacional, salientou que com “Horizonte” está a realizar a «missão de dar a conhecer» a sua obra.

«Cumprido isso fico de consciência tranquila, até para com os meus amigos que praticamente quase diziam que eu era egoísta», declarou. Luís Gonçalves desvalorizou ainda o facto de ser pouco conhecido na sua “cidade natal”: «Há nomes aí conhecidos que são do meu tempo porque fizeram outros trajectos, precisaram de viver até da pintura, coisa que eu nunca fiz, pois estive sempre ligado ao ensino, que era a minha fonte de receita. Eu vivi para a pintura, mas nunca vivi da pintura. Nunca tive necessidade de andar a promover e a arranjar “marchand’s”», sublinhou. Quanto ao facto de mostrar, finalmente, as suas obras à cidade que o viu nascer, o artista mostrou-se «muito satisfeito», porque sem «esta ligação à terra não era fácil conceber os quadros que aqui estão alusivos à Guarda».

E acrescentou: «Estas coisas são sentidas cá dentro e são muitos anos que eu passei aqui», indicando que deixou a cidade por volta dos 20 anos, regressando sempre que pode. «Só isso motiva o passar meses e meses à volta de um quadro», concede. De resto, considera a galeria de arte do TMG um espaço «muito interessante», pois «ajuda os quadros e os quadros ajudam o espaço».

Ricardo Cordeiro Exposição do pintor guardense retrata vários pontos emblemáticos da cidade

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