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As eleições na UBI

A Universidade da Beira Interior vai iniciar o seu ciclo eleitoral. Primeiro, a eleição do Conselho Geral, já em novembro. Depois, quando estiver composto, será este órgão a eleger o Reitor. Seguir-se-ão nos meses subsequentes, as eleições dos presidentes das Faculdades, dos Departamento e das Unidades de investigação. Quando tiverem lugar as eleições autárquicas, este ciclo eleitoral interno à universidade deverá estar concluído. Em seguida, como mandatos novos ou renovados o desafio do desenvolvimento regional é comum.

Poderíamos dizer que a UBI é muito importante para a região e que a região também é muito importante para a UBI e não estaríamos a faltar à verdade. Mas, essa não é a constatação mais relevante a fazer. Estrategicamente relevante é reconhecer que se poderia ir muito mais longe. E se assim é, então esse é o caminho que deve ser feito. O desafio para as lideranças da universidade e da região, a partir de 2017 e pelos próximos quatro anos, é tornar a UBI mais importante do que tem sido para a região e torná-la mais importante nos desafios estratégicos que o desenvolvimento coloca à região. Decerto, a formação e a qualificação, como não poderia deixar de ser. Mas além dessas dimensões mais óbvias, a produção e transmissão de conhecimento tem registos a que uma universidade implicada no seu território também deve poder responder. Um desses registos em que há que apostar é o de uma maior capacidade de prestação de serviços e consultadoria, em domínios onde a competência técnica pode ser assegurada pelos quadros da universidade. Mas também uma estratégia de parcerias estáveis a médio e longo prazo com atores regionais, seja no plano das instituições públicas seja no plano do tecido empresarial. E ainda a criação de condições de auscultação, acolhimento e acompanhamento de projetos de desenvolvimento oriundos da sociedade civil, como, por exemplo, os que surgem no quadro das iniciativas de orçamento participativo nos diversos municípios da região.

Fundamental nesta estratégia, para uma maior importância da universidade para a região e da região para a universidade, é não perder o sentido de escala territorial. O que vale de parte a parte. Como uma universidade no interior não deve perder de vista o solo em que se enraíza, também os poderes locais devem ter noção que universidades de recorte municipal não é um caminho que leve longe. Por isso, a interpenetração desejável entre região e universidade deve contribuir também para estabilizar uma área de influência, em articulação com a rede de ensino superior politécnico na região, que cubra as NUTS 3 da Serra da Estrela, da Cova da Beira e das Beiras Interior Norte e Sul. Por uma razão simples: os seus destinos estão demasiado interdependentes para não serem considerados juntos.

Por: André Barata

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