Faltam 81 dias para que o Data Center da Portugal Telecom na Covilhã seja ligado ao mundo. Foi ativado na última terça-feira, no Pelourinho, um “countdown” que fará a contagem decrescente dos dias, horas, minutos e segundos que faltam até à entrada em funcionamento daquele que será o sexto maior equipamento do género no mundo.
O presidente do Conselho de Administração da PT considerou a cerimónia de «uma importância extraordinária», já que o centro de dados vai permitir uma redução de custos que poderá ser «muito significativa não só para o Estado, como para as empresas», caso venham a contratar os serviços. Zeinal Bava realçou que o Data Center é uma «caixa forte digital» com segurança ao «mais alto nível» e frisou que em setembro será inaugurada apenas a primeira fase do projeto, que representa um investimento de 75 milhões, sendo que a construção dos quatro blocos previstos, caso a procura o justifique, custará 300 milhões. Este é «um projeto de ambição global», cuja entrada em funcionamento «vai marcar o início de um período de revolução tecnológica em toda esta região» e a inauguração da primeira fase «não significa o fim do projeto, mas sim um longo caminho que ainda temos de percorrer no sentido de construir os quatro blocos previstos». De resto, no dia da inauguração da primeira fase, o responsável espera também assinar os primeiros contratos com empresas «não só de Portugal, como também da Europa e da América», já que o objetivo é «colocar este Data Center no mundo» e a «distância não será um impedimento».
Zeinal Bava enalteceu a importância do «tripé» estabelecido com a câmara da Covilhã e a Universidade da Beira Interior, frisando que «vamos criar bolsas de doutoramento e reforçar parcerias e projetos com outras instituições de ensino superior no sentido de formar profissionais nesta área, onde ainda existe um deficit muito grande a nível internacional». O equipamento vai garantir 400 empregos diretos já a partir de setembro, sendo que 100 «já estão alocados». Destes, 70 são quadros da PT que vão transferir-se para a cidade e os restantes são técnicos contratados na região. A nível indireto, as expetativas são da criação de 1.400 a 1.500 empregos. O presidente da PT voltou a elogiar a «postura eficiente, eficaz e rápida» do município, sem a qual «não seria possível concretizar este investimento de ambição mundial».
Por seu turno, o presidente da câmara da Covilhã mostra-se convicto de que a inauguração deste equipamento «pode potenciar o aparecimento de novos investimentos na região na área das tecnologias». De resto, Carlos Pinto realçou que, mesmo sem o Data Center ter sido inaugurado, «a Covilhã já tem hoje 40 empresas e cerca de 1.500 postos de trabalho neste sector, acentuando a oportunidade que aqui surge para jovens universitários». O autarca confessou ser «testemunha das vicissitudes que projetos desta grandeza levantam», num «grande investimento» que a PT decidiu fazer na Covilhã num «momento de escassez de crédito». O edil aproveitou a cerimónia que há uma empresa de relojoaria suíça de alta qualidade que «também quer vir para a Covilhã por causa do Data Center», o que, em sua opinião, é revelador de que a cidade «é, efetivamente um destino de riqueza e investimento».
História do “Expresso” para ver no Pelourinho da Covilhã
A exposição itinerante que assinala os 40 anos do semanário “Expresso” está na Covilhã, até dia 14. A iniciativa começou terça-feira com a presença de Francisco Pinto Balsemão que agradeceu «toda a colaboração» prestada pela autarquia covilhanense para que a exposição se realizasse. O presidente do grupo Impresa afirmou que o «“Expresso” e a Covilhã estão irmanados porque têm um passado do qual se orgulham» e que «estas comemorações do passado são importantes porque o passado serve-nos para construir o futuro». O fundador do semanário salientou que a exposição «retrata 40 anos mas também nos faz meditar no futuro», deixando uma “mensagem” aos defensores de toda a informação disponibilizada pelos jornais ser gratuita, pois «sem quem seleciona com critérios profissionais ficaremos afogados numa overdose de informação». Já o autarca Carlos Pinto salientou que «qualquer cidade se sentiria honrada com a oportunidade de acolher esta iniciativa».
Patente no Pelourinho, a mostra revela a história dos 40 anos do jornal, que ajudam a «compreender o país e o mundo», como se pode ver nos diversos painéis que a compõem sobre momentos marcantes dos últimos anos. Esta semana, excecionalmente, o semanário será vendido por 1,80 euros no distrito de Castelo Branco.
Também na terça-feira realizou-se a conferência “Novas tecnologias: Aumentam a produtividade? Como potenciam o desenvolvimento económico?”. Os oradores foram Zeinal Bava (presidente da PT Portugal), Filipa Caldeira (CEO Fullsix Ibéria), João Canavilhas (professor auxiliar na UBI), Paulo Neves (presidente do Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa), Francisco Veloso (diretor e professor da Católica-Lisbon School of Business and Economics).
Ricardo Cordeiro