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Arranca instalação da primeira empresa na plataforma logística da Guarda

Olano vai investir oito milhões de euros até 2011 na construção de um entreposto frigorífico com 50 mil metros cúbicos de capacidade

A transportadora francesa Olano iniciou, na terça-feira, a construção das suas instalações na plataforma logística. A primeira empresa a localizar-se na nova área industrial da Guarda vai investir oito milhões de euros até 2011.

«Queremos que este seja um projecto-bandeira da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial [PLIE]», disse o secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação, para quem já é tempo do empreendimento arrancar. «A Guarda precisa que esta infraestrutura comece e crie emprego», acrescentou António Castro Guerra, após o descerramento de uma placa evocativa e da assinatura de um contrato de concessão de 1,5 milhões de incentivos. Numa primeira fase, que deverá estar concluída até Novembro, o grupo Olano, o terceiro maior operador francês de logística e transportes de frio, vai construir um entreposto frigorífico com 25 mil metros cúbicos de capacidade, servido por 45 camiões de transporte internacional. A segunda etapa do projecto arrancará em 2010 e tem por objectivo duplicar a área de frio. Os promotores tencionam criar 25 novos postos de trabalho directos e estimam gerar uma facturação global/ano de 12 milhões de euros. O objectivo é armazenar produtos hortícolas, alimentares e congelados e distribui-los em Portugal e para a Europa, sendo que a unidade também vai servir a zona da Corunha, na Galiza.

«Na Guarda, vamos também criar uma escola de formação para os nossos motoristas», anunciou Nicolas Olano, fundador e presidente da empresa sediada no País Basco francês, que considerou a cidade «uma porta natural de entrada e de distribuição em Portugal». Por sua vez, Joaquim Valente, autarca local, considerou que «o mais difícil» do projecto da PLIE já foi feito: «Difícil foi conceber, executar e encontrar os meios de financiamento, agora vem a parte mais fácil, que é a instalação das empresas», referiu, reiterando que há «dezenas de interessados». O também presidente do Conselho de Administração da sociedade PLIE sublinhou estarem reunidas as condições para os empresários optarem pela Guarda. «O projecto já tem pés para andar e podemos pôr à disposição dos interessados um equipamento de qualidade numa cidade com muita atractividade. Em termos rodoviários e ferroviários, a Guarda será uma rótula importante no sistema europeu», adiantou.

De resto, Joaquim Valente não tem dúvidas que a PLIE vai ser «uma das plataformas mais importantes na rede nacional, assim sejam mais competitivos os nossos portos de mar». Em números, a plataforma logística disponibiliza 196 lotes na encruzilhada da A25 e A23. O projecto integra a Rede Nacional de Plataformas Logísticas, resultando de um investimento de 34 milhões de euros. Actualmente, seis empresas já formalizaram a compra de espaços.

PLIE «não será empresa municipal»

A Plataforma Logística «não será de forma nenhuma» uma empresa municipal, garante Joaquim Valente. «Só por falta de resposta de alguns privados é que podíamos cair nesse impasse e nós não queremos isso, mas temos alternativas», acrescenta, escusando-se a adiantar quais. «O processo está a desenvolver-se com serenidade, calma e rigor», refere apenas. O autarca e presidente do Conselho de Administração – que reuniu na semana passada – afirma que há outros interessados em assumir uma posição accionista numa sociedade cujo aumento de capital ainda não foi subscrito quase um ano depois de ter sido lançado. «O futuro está nas mãos dos accionistas, eles é que decidirão o que for melhor para a PLIE. Mas, depois do projecto estar lançado, a Câmara continua disponível para se retirar da estrutura accionista e entregar a gestão aos privados», recorda. Conforme já foi noticiado, o aumento de capital desta Sociedade Anónima (as) para 1,5 milhões de euros ainda não foi subscrito por quase metade dos accionistas. Este recuo de algumas empresas fundadoras, como a Luis Simões e a Mota Engil, coloca cerca de 63 por cento do capital nas “mãos” do município enquanto os privados (os actuais ou novos) não se substituírem aos sócios desinteressados.

Luis Martins «A Guarda precisa que esta infraestrutura comece e crie emprego», disse Castro Guerra (à esquerda na foto)

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