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Árbitros da Guarda boicotam jogos do próximo fim-de-semana

Em causa está o fim do policiamento em encontros de juvenis e escalões inferiores que entra em vigor amanhã

Os árbitros do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol da Guarda (AFG) não vão comparecer a qualquer jogo dos campeonatos distritais agendados para este fim-de-semana. Em causa está o fim do policiamento nos jogos de juvenis e escalões inferiores, aprovado no passado 9 de outubro e que entra em vigor amanhã.

O artigo 3º do decreto-lei 216/2012 estabelece que «nos espetáculos referentes a competições de escalões juvenis e inferiores, quando realizadas em recinto, em regra, não deve ter lugar o policiamento». No seu site, o NAF – Núcleo de Árbitros de Futebol da Guarda informa que os árbitros da AFG se reuniram depois de uma ação de formação que decorreu na última sexta-feira, tendo ficado decidido que «todos os chefes de equipa iriam informar o Conselho de Arbitragem da Associação da sua indisponibilidade para arbitrar jogos». Para justificar esta tomada de posição, os membros do NAF colocaram alguns links de agressões a árbitros que ocorreram em diversos campos do país, sustentando que têm a «noção de que será difícil a medida ser revogada. Porém, não podíamos deixar passar esta situação, que afeta todos os colegas de todas as Associações, sem que fosse tomada uma posição firme».

Contactado por O INTERIOR, o presidente da AFG garante que os encontros agendados vão realizar-se na mesma, até porque «a falta de árbitros não impede que haja jogos», sendo as partidas dirigidas por pessoas que se encontrem na assistência. «Vamos cumprir com o que dizem os regulamentos», adianta Andrade Poço, que foi informado na tarde da última terça-feira, via ofício do presidente do Conselho de Arbitragem, da «indisponibilidade» de «todos os árbitros» para dirigir jogos deste fim-de-semana, embora os motivos não fossem explicitados. O responsável garante que a Associação «sempre foi contra esta medida do Governo», até porque «a falta de policiamento pode provocar uma tragédia num campo de futebol», sendo que os jogos das camadas jovens são presenciados por «adeptos especiais» que «normalmente são familiares dos atletas».

No entanto, a direção liderada por Andrade Poço não admite adiar os jogos, como pode suceder em Lisboa, por exemplo, porque não crê que o Governo possa recuar: «Já foram feitas várias reuniões com o secretário de Estado da Administração Interna e não deu sinais de abertura para voltar atrás. Deste modo, se fosse para cancelar esta jornada, teríamos de cancelar todos os jogos do campeonato», constata o presidente da AFG.

Ricardo Cordeiro As partidas da próxima jornada devem ser dirigidas por pessoas que se encontrem na assistência

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