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António Ruas apontado como sucessor de Biscaia na AMCB

Após nove anos à frente da associação, José Manuel Biscaia faz «balanço positivo» e despede-se com críticas à Câmara da Covilhã

António Ruas era, até à última terça-feira, o nome mais falado para suceder ao ex-presidente da Câmara de Manteigas na presidência do conselho directivo da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), que elege hoje os novos órgãos sociais. Ao que O INTERIOR apurou, José Manuel Biscaia, que sai após dois mandatos consecutivos, indicou o autarca de Pinhel para o cargo.

Instado a comentar uma possível candidatura, António Ruas confirmou que já foi «abordado nesse sentido», mas disse que ainda não tinha decidido se vai ou não apresentar lista na assembleia intermunicipal prevista para esta manhã, que se destina eleger os próximos dirigentes, de acordo com o novo mapa autárquico ditado pelas eleições de 11 de Outubro – em que José Manuel Biscaia saiu derrotado em Manteigas. «Estarei sempre disponível para assumir esse cargo», afirmou António Ruas, ressalvando, porém, que «há colegas mais bem posicionados para o desempenhar». O autarca de Pinhel, que não apontou nomes, disse que só decidirá se irá liderar uma lista na própria assembleia, já que as candidaturas podem ser apresentadas até à reunião. «Se não houver mais ninguém, poderei avançar», admitiu. À semelhança do que aconteceu em todos os sufrágios para os órgãos sociais da AMCB, apenas uma lista deverá ser sufragada, com a escolha a reunir o consenso dos 13 municípios constituintes.

Já José Manuel Biscaia, que estava desde 2000 na presidência da AMCB, faz um balanço positivo na hora da saída e salienta que a sua gestão envolveu 50 milhões de euros em projectos, no total dos dois mandatos. Também não poupa críticas à Câmara da Covilhã, constatando que este município deve quase 2,2 milhões de euros, relativos à deposição de lixo na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (ETRSU) da Cova da Beira. «A situação fez com que a actividade da associação tivesse que ser reduzida, nomeadamente nos projectos de energia», lamenta, adiantando que, «com este dinheiro, já teríamos feito as medições da força dos ventos nos municípios associados», refere num comunicado. Caso houvesse verbas e a dívida não existisse, «teríamos grande capacidade de instalar e produzir energia eléctrica, designadamente eólica e até ao nível da biomassa e recolha de óleos domésticos», exemplifica o agora vereador social-democrata na Câmara de Manteigas.

A dívida da Covilhã, com mais de cinco anos, «está aceite pelas duas partes, faltando apenas acertar pormenores nos tribunais administrativos de Coimbra e Castelo Branco», refere. Quanto à saída deste município da AMCB, lembra que aconteceu porque «não aceitava integrar um organismo a que não presidisse». Ainda no campo financeiro, José Manuel Biscaia deixa uma sugestão ao seu sucessor: «Embora não tenha dificuldades financeiras, ao nível da tesouraria, a associação deve vender o terreno da antiga lixeira do Souto Alto em hasta pública», aconselha. Constatando que o QREN acaba em 2013, o presidente cessante da AMCB antevê que «até lá muitos programas ficarão vagos porque as Câmaras não terão capacidade para ir às candidaturas», sendo que a associação deve substituir-se aos associados nesta tarefa. Neste balanço final, José Manuel Biscaia destaca a construção da Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (ETRSU) da Cova da Beira, a constituição da Enerarea –Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior e a criação da plataforma de Sistema de Informação Geográfica (SIG).

Biscaia sugere a venda dos terrenos da antiga lixeira do Souto Alto

António Ruas apontado como sucessor de Biscaia na AMCB

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