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António Lopes e José Robalo ficam com a FIPER

Plano de insolvência apresentado pelos empresários foi aprovada pelos trabalhadores e por três bancos

O plano de insolvência da Fiper – Fiação de S. Pedro apresentado pelo empresário António Lopes, da sociedade imobiliária AHL, em conjunto com José Robalo, um dos antigos sócios da unidade fabril, foi aprovado na última segunda-feira pelos ex-trabalhadores e por mais três bancos: Santander, Espírito Santo e Millennium BCP.

A proposta – que teve os votos contra do administrador judicial, da Caixa Geral de Depósitos, Banco Português de Investimento, Banco Nacional de Crédito e Fisip (fornecedora da Fiper) – contempla o pagamento da totalidade dos créditos devidos aos 84 ex-trabalhadores (na ordem de 1,041 milhão de euros) e 15 por cento do valor da dívida de 2 milhões de euros à banca. Além disso, propõe ainda a reabertura da empresa num prazo de 60 dias, após o trânsito em julgado. Credora da Fiper em cerca de 670 mil euros, a CGD manifestou-se contra o plano de insolvência por considerar que ficaria «altamente prejudicada» nos créditos a haver. É que, conforme especifica o plano, apenas receberá cerca de 79,5 mil euros. O BPI também se insurgiu contra a aprovação, contestando que o voto dos trabalhadores «não poderia ser considerado para efeitos de contagem de votos» por terem o «privilégio dos créditos». Reclamação que não foi aceite pelo juiz Pedro Gama da Silva, visto que os operários também são credores notificados no plano de insolvência.

Para Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, a proposta vai ao encontro dos interesses dos trabalhadores quanto ao pagamento dos seus direitos e à retoma da laboração. No entanto, aproveitou para criticar a posição da CGD. «Sendo do Estado, e com as actuais taxas de desemprego, estranho muito que vote contra a manutenção e criação de postos de trabalho», afirmou. Críticas deixadas igualmente por António Lopes e José Robalo. Os empresários esperam apenas que os eventuais recursos não parem o investimento, contando avançar com a abertura da Fiper logo que a decisão transitar em julgado. Numa primeira fase serão admitidos «pouco mais de 20 trabalhadores», mas prevêem-se «muitos mais» assim que avançar a unidade de tecelagem, disse José Robalo.

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