Derrotado há quatro anos, António Fidalgo foi eleito na última sexta-feira reitor da Universidade da Beira Interior (UBI). O professor catedrático de Ciências da Comunicação obteve 18 votos contra apenas 11 de João Queiroz, que se recandidatava ao segundo mandato. A tomada de posse da nova equipa reitoral deverá ter lugar em setembro, antes do início do ano letivo.
António Fidalgo mostrou-se «satisfeito» com a vitória obtida à primeira volta, mas «completamente consciente das dificuldades» que tem pela frente nos próximos quatro anos e que, na sua opinião, são a captação de alunos e o financiamento. O docente da Faculdade de Artes e Letras admitiu que não ficou surpreendido com a vitória e comprometeu-se a ser «um reitor de toda a UBI, incluindo daqueles que estiveram de um lado e de outro» e, nesse sentido, cumprirá o lema de «uma universidade coesa e plural». A favor do novo reitor terá pesado, segundo o próprio, «a forte ligação com toda a comunidade académica» e de ter «um longo historial dentro da universidade». Questionado pelos jornalistas se são de esperar alterações significativas na gestão da UBI, António Fidalgo respondeu que a universidade «vai ser a mesma» com «as mesmas pessoas», embora frise que «o clima vai ser diferente, com certeza também espelhando um pouco o que é a personalidade do professor João Queiroz e a minha».
A primeira medida que o novo reitor vai tomar será reunir com os seus apoiantes para «formarmos uma equipa», sendo que um dos nomes confirmados na nova equipa reitoral é o do antigo vice-reitor Mário Raposo. Por seu turno, o presidente do Conselho Geral, órgão que elegeu o novo reitor, confessou que a votação – que demorou menos de uma hora e ficou logo concluída na primeira volta – «foi um processo mais rápido do que esperava». Paquete de Oliveira elogiou o trabalho de João Queiroz e da sua equipa, que «tinham um empenho muito dedicado à UBI», e disse esperar que a alteração reitoral saída das eleições não traga «alguma penalização» para a instituição. A tomada de posse deverá ocorrer «provavelmente em setembro», mas ainda não há data concreta. De resto, o presidente do Conselho Geral sustentou que «nesta fase, quer para o reitor cessante, quer para o seu sucessor, com certeza que quanto mais depressa puderem tomar conta dos destinos da universidade melhor será». Na sua opinião, a altura «mais oportuna» será aquando da sessão solene de abertura do ano letivo ou «até antes».
João Queiroz confessou ter ficado «um bocadinho surpreendido» com o resultado das eleições, «mas tenho de felicitar o meu adversário e desejar-lhe as maiores felicidades para os próximos quatro anos». O reitor cessante considerou que «pouco mais havia a fazer perante uma aliança entre as listas de António Fidalgo e de Santos Silva neste ato eleitoral, pois as contas são fáceis de fazer». Contudo, o professor assegurou que continuará «a pugnar pelo sucesso da UBI» enquanto docente e investigador da Faculdade de Ciências da Saúde. António Fidalgo tem 57 anos e foi vice-reitor da UBI entre 1995 e 1998, nos mandatos de Passos Morgado e de Santos Silva.
Ricardo Cordeiro