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António Costa sugere fim das portagens nas autoestradas do interior

Em Seia, candidato socialista lembrou que o cabeça de lista da coligação na Guarda olha para os idosos «como se fossem uma peste grisalha»

António Costa acusou o atual governo de criar uma divisão na sociedade portuguesa entre jovens e idosos. Num jantar comício em Seia, no domingo, o secretário-geral do PS afirmou que os partidos da coligação «não se envergonham de escolher para cabeça de lista na Guarda quem olha para os idosos como se fossem uma peste grisalha», recordando um artigo de opinião de Carlos Peixoto publicado no jornal “i” em 2013. Foi a primeira vez que os socialistas usaram o assunto nesta campanha.

«Para nós uma sociedade tem de ser como uma família, onde todos temos de estar uns para os outros para nos apoiar quando mais necessitamos», afirmou o líder dos socialistas, recusando a retórica da direita nestes quatro anos de governação. «Desejo o melhor para os meus próprios filhos mas não aceito ter de escolher entre o futuro dos filhos e o presente da minha mãe». António Costa aproveitou para repetir que, com o governo PS, há «garantia da integralidade da pensão a que os idosos têm direito» tal como «o Tribunal Constitucional disse que era necessário garantir». «Esse é um direito que o PS garantirá a todos os idosos», reforçou. Num comício que teve a presença do presidente honorário do PS, António de Almeida Santos, discursaram antes de António Costa o presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Camelo, e o cabeça de lista socialista pelo distrito da Guarda.

Santinho Pacheco fez um insólito apelo ao voto aos simpatizantes do CDS, alegando que este partido é «mal tratado» pelo PSD no distrito da Guarda. E recordou que, mesmo que a coligação eleja dois deputados num total de quatro, «esses deputados serão do PSD e não do CDS». «Todos os votos que forem para partidos à esquerda do PS serão votos perdido e que beneficiarão a coligação PSD/CDS», acrescentou Santinho Pacheco. Durante a manhã, António Costa visitou o Centro Hospitalar da Cova da Beira, na Covilhã, para falar de «um tema que é central para o futuro e presente dos portugueses, defendermos o serviço nacional de saúde», disse o líder dos socialistas no final da visita, a que os jornalistas não tiveram acesso. O SNS é uma das maiores conquistas do Estado democrático, salientou o candidato a primeiro-ministro, para apontar aquilo que considera como «um perigo para o futuro dos portugueses», a ameaça do seu desmembramento pela coligação.

E repetiu: o SNS é essencial «como condição de promoção do acesso à saúde de todos os portugueses, independentemente da região onde vivam e da sua condição económica». De caminho fez também uma promessa. Confrontado pelos jornalistas sobre o que poderia fazer a favor de uma «discriminação positiva para as zonas do interior», António Costa afirmou que o PS, fazendo «uma reavaliação das obrigações contratuais do Estado», estava disposto a criar melhores condições de acessibilidade. Referiu-se às vias do interior e fronteiriças, e ainda às de «particular afluxo turístico como a Via do Infante», no Algarve. No ar ficou, pois, a promessa de uma possível eliminação das portagens. Depois da visita ao hospital, Costa teve um encontro com empresários da região – também à porta fechada – e um almoço com apoiantes.

António Costa esteve na Covilhã, Alpedrinha e Seia (na foto) no primeiro dia da campanha eleitoral

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