Manuel Antunes Correia, antigo provedor da Misericórdia do Fundão, três filhas e dois genros vão começar a ser julgados por peculato no tribunal local a 4 de abril. Os arguidos foram acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra de se apropriarem de, «pelo menos», 102 mil euros da instituição.
Segundo a acusação, o provedor faria transferências mensais de uma conta paralela à contabilidade da Misericórdia, criada em 1993, para contas particulares dos familiares, como se estes trabalhassem para a Misericórdia. No processo estão registadas transferências para a conta de uma filha entre 1996 e 2002, num total de 55.961 euros. Para outras duas contas, de duas filhas e respetivos genros, terão sido transferidos 36.237 euros e 10.524 euros, entre 2000 e 2002, refere o DIAP. O Ministério Público considera que os arguidos «decidiram de comum acordo apropriar-se de dinheiro que era da Santa Casa». Os montantes transferidos mensalmente oscilavam entre os 360 e os 1.700 euros, surgindo os valores mais altos nos meses de férias e Natal, tal como acontecia com os ordenados.
Manuel Correia é também acusado de falsificação de documentos para receber mais de 10 mil euros a título de despesas, entre 2004 e 2007. As investigações foram desencadeadas por uma denúncia feita pela comissão administrativa da Misericórdia que passou a dirigir a instituição em 2008.
