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Ana Manso avança por causa de resultado «desastroso» na Guarda

Antiga líder e deputada quer recuperar a credibilidade que considera que o PSD perdeu nas últimas eleições

Os últimos resultados eleitorais, sobretudo o score «desastroso» obtido na Guarda, foram «decisivos» para Ana Manso se candidatar à presidência da distrital do PSD, cujas eleições estão marcadas para 5 de Dezembro. A antiga líder e deputada diz que os militantes vão escolher entre «uma atitude de presença e outra de ausência, em que o actual presidente da distrital vai passando por cá, pela sede do partido, de 15 em 15 dias».

Ana Manso oficializou a sua entrada na corrida na passada segunda-feira, cerca de duas horas antes de Álvaro Amaro confirmar a recandidatura. Perante alguns dos elementos da sua lista, a agora administradora hospitalar atribuiu ao adversário «erros e a ausência de liderança que afectaram a credibilidade do PSD e diminuíram drasticamente a sua implantação junto do eleitorado» nos recentes escrutínios. Sublinhando que a sua candidatura surge das bases, «sem imposições», Ana Manso diz que quer um «partido activo e interventivo» e compromete-se a «reinventar o debate interno e a recriar o verdadeiro espírito de oposição», que, na sua opinião, tem faltado nestes últimos anos. «Queremos um partido capaz de denunciar os erros e as omissões dos adversários, mas, ao mesmo tempo, o primeiro disponível para apresentar alternativas, ideias novas e propostas diferentes e construtivas», defendeu, reclamando também «maior motivação partidária e participação de todos».

A ex-líder social-democrata da Guarda entre 2000 e 2006 acusou ainda Álvaro Amaro de estar «ausente de tudo o que se passa no distrito», sendo exemplo disso as últimas eleições autárquicas: «Os resultados demonstram que não se preocupou em encontrar soluções vencedoras nalguns concelhos, nomeadamente na Guarda, onde houve uma ausência de estratégia e de partilha da escolha do candidato», criticou. Quanto à acusação de Júlio Sarmento (ver O INTERIOR da semana passada), de que Ana Manso só concorre à distrital para voltar ao Parlamento, a candidata respondeu tratar-se de uma «atitude negativista» de «quem não tem mais nada para dizer», fazendo notar que o mandato distrital é de dois anos e que só haverá legislativas daqui a quatro. Já para estas eleições internas, Ana Manso garante ter «mais apoio» que a candidatura de Fernando Andrade conseguiu em 2007, quando Amaro foi eleito.

«Contamos com mais três concelhias, além daquelas que estiveram com o presidente da Câmara de Aguiar da Beira, mas temos problemas em Figueira de Castelo Rodrigo e Trancoso. No caso de Gouveia, está connosco um antigo presidente da concelhia [cujo nome não divulgou]», elencou. A pouco mais de três semanas das eleições, a candidata disse esperar que o processo eleitoral seja «transparente» e que «não haja pagamento de quotas à última da hora e/ou qualquer bolsa de influências». De resto, a candidatura de Ana Manso completa-se com Tenreiro Patrocínio e Rui Ventura (vice-presidentes); Fernando Andrade, Luís Campos e José Maria (Assembleia Distrital), enquanto José Manuel Biscaia e Manuel Rodrigues concorrem ao Conselho de Jurisdição. Já Alexandre Martins, Vítor Lavajo, José Carlos Monsanto, Couto Paula, João Bandurra e José Robalo são alguns dos nomes propostos para a Comissão Política.

Luis Martins A agora administradora hospitalar acusa o seu opositor de estar «ausente de tudo o que se passa no distrito»

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