A linguagem camiliana numa perspetiva existencial no romance “Amor de Perdição”, de Camilo Castelo Branco, é analisada por Luís Nogueira sábado à noite, em Gouveia. A tertúlia tem lugar no auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira, a partir das 21h30.
Escrita em 1861, durante o tempo em que o autor esteve preso por adultério na cadeia da Relação do Porto, esta obra ultrarromântica foi baseada num episódio real da vida de um tio seu, Simão Botelho, que lhe teria sido contado por uma tia, e cujo registo o autor teria encontrado nos livros de assentamentos da cadeia. No entanto, a manipulação e a ficção por parte de Camilo Castelo Branco (1825-1890) foram de tal forma livres que o converteu na novela sentimental mais famosa do Romantismo português. À narrativa passional e trágica estaria também subjacente, segundo alguns estudiosos da obra camiliana, uma intenção de crítica social, pretendendo Camilo denunciar a obediência cega da sociedade ao preconceito obsoleto da honra familiar.
