Arquivo

Amílcar Theias discute barragens com Pinto

Ministro do Ambiente esteve ontem na Covilhã para resolver o imbróglio causado pela recusa do município em aderir à Águas do Zêzere e Côa

O ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente (MCOTA), Amílcar Theias, reuniu-se esta quarta-feira com o edil covilhanense para discutir a construção das barragens das Penhas II e da Atalaia, bem como a recuperação da Barragem do Padre Alfredo em Unhais da Serra. A promessa de «discutir o assunto» com Carlos Pinto tinha sido deixada pelo próprio ministro aquando da visita de Durão Barroso à Beira Interior, em Julho passado, tendo-se então comprometido a analisar apenas a «questão complexa, que exige meios avultados que não estão na gaveta», alertou na altura.

Em causa está a recusa da autarquia da “cidade neve” em aderir ao sistema multimunicipal de abastecimento, saneamento e tratamento dos Resíduos Sólidos da Águas do Zêzere e Côa (AZC) – que estará também em cima da mesa – por considerar ser prejudicial para o concelho, depois do investimento feito pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) ao longo dos mais de 60 anos de experiência. Há mais de 11 anos que a Covilhã aguarda pela construção destas barragens para resolver de uma vez o problema de abastecimento de água que afecta o concelho todos os Verões. Ameaça que, ainda no mês passado, voltou a estar na ordem do dia, com o director dos SMAS e vice-presidente da autarquia, Alçada Rosa, a alertar que o concelho iria ficar sem água se não chovesse entretanto. Como choveu logo a seguir, o problema ficou novamente adiado, mas só estará solucionado com a “luz verde” do ministro à candidatura dos projectos aos fundos comunitários, o que permitiria ao município da Covilhã construir as barragens, orçadas em 2,5 milhões de euros, com a comparticipação de Bruxelas em 75 por cento.

Todavia, Amílcar Theias disse em Julho à comunicação social que a questão não era assim tão simples, visto que as verbas do Fundo de Coesão «não estão afectas a esta questão em particular, mas estão disponíveis para todas as obras que seja necessário fazer desde o Minho até ao Algarve», lembrou. Por isso, alertou o autarca para as «diferentes necessidades de todo o país», deixando no ar que a recusa da autarquia covilhanense em integrar a AZC poderia ser tida em conta. «Esses problemas tem que ser analisados em conjunto, mas é evidente que há inter-relações entre a adesão ou não ao sistema», asseverou. Além desta questão, que apenas foi discutida após o fecho desta edição, irão ainda ser analisados o Plano de Ordenamento da Serra da Estrela, a avaliação de uma candidatura do desassoreamento das ribeiras da Goldra e da Carpinteira, que estão a ser alvo de despoluição no âmbito do PolisCovilhã, e a saída do município covilhanense do sistema multimunicipal por causa da entrega a um privado, após o concurso público, do tratamento do saneamento em alta. Pontos que Carlos Pinto diz serem «já conhecidos e tratados no Ministério», esperando por isso que o ministro traga «algumas decisões».

Sobre o autor

Leave a Reply