A cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos de Gouveia decorreu dentro da normalidade na última quinta-feira. O salão nobre dos Paços do Concelho encheu-se de apoiantes da lista do PSD que ganhou as últimas eleições autárquicas. A ausência mais notada foi a do presidente cessante da Assembleia Municipal, Chaves Rosa, que terá justificado a sua falta por motivos de saúde.
Rogério Figueiredo, novo presidente daquele órgão, foi o primeiro a iniciar funções, empossando depois os elementos da Câmara, bem como das 22 Juntas de Freguesia do concelho e os deputados municipais. Álvaro Amaro, reeleito para o segundo mandato, realçou ter sido uma vitória «de Gouveia e por Gouveia, muito mais que partidária ou pessoal». Voltando a lembrar passagens do discurso de há quatro anos, o edil dirigiu as suas primeiras palavras aos gouveenses, frisando que as divergências em política não permitem «confundir adversários políticos com inimigos». O autarca reconhece que o município «se situa numa região especialmente deprimida», mas isso não o vai impedir de «reivindicar e exigir uma cooperação por parte do Governo» de modo a que seja viabilizado um «reequilíbro do desenvolvimento inter-regional». Prometeu ainda não se acomodar, nem resignar-se perante «os factos penalizantes» ou «as contrariedades» às suas «mais profundas convicções». Esta nova vitória revela, segundo o presidente da Câmara, o «voto de confiança política» dado há quatro anos pelos gouveenses, que protagonizaram também «um gesto de punição política e de rejeição dos projectos com que não se identificavam».
Para o futuro, o autarca pretende melhorar a qualidade de vida do concelho, não esquecendo os compromissos assumidos pelo Estado: «Aguardamos os estudos do Governo quanto aos itinerários complementares, jamais esquecendo as nossas pretensões na ligação à A25», garante. Do mesmo modo, Álvaro Amaro promete não descansar «até à apresentação ao Governo», o mais tardar até final de Janeiro de 2006, «do curso ou cursos do Ensino Superior em Gouveia», bem como do Tribunal e da Escola Básica Integrada, projectos para os quais o executivo camarário continua a aguardar as decisões do executivo. Apesar de salientar que «nenhum autarca ficará satisfeito com cortes orçamentais no seu município», o edil assegura que o executivo da “cidade-jardim” terá sempre uma atitude de «dialogo e compreensão para com o Governo, desde que haja uma explicação no atraso das obras, porque estão em causa interesses nacionais». Por sua vez, João Paulo Agra, derrotado nas últimas eleições e que assumiu o lugar de vereador eleito pelo PS, prometeu trabalhar para que o concelho «siga o caminho mais correcto». Salientou ainda que os socialistas não irão «virar as costas ao conjunto de propostas e de princípios que apresentaram aos gouveenses» durante a campanha.
