Álvaro Amaro não acredita que haja tão cedo «alguma justiça» para com a região e para os seus habitantes no valor das portagens e no sistema de cobrança, que são «economicamente injustos» na A25 e A23.
Na última reunião do executivo, realizada na passada sexta-feira, o presidente da Câmara admitiu mesmo estar «a perder as esperanças» de que algo possa mudar nos próximos tempos. O assunto foi abordado no período de antes da ordem do dia pelo vereador do PS, José Igreja, que instou o edil «a pegar no tema» e a mobilizar os autarcas da região para que «o Governo volte a analisar situações tão graves e penalizadoras» como as decorrentes da circulação paga na A25 e A23. «O sistema de pórticos e os contratos das PPP são um desbaratar de dinheiros públicos», criticou o socialista, apelando à luta para que as tarifas praticadas nestas auto-estradas «sejam revistas ou anuladas». Na resposta, Álvaro Amaro considerou que o sistema de cobrança e o valor das portagens são «economicamente injustos» e um fator de discriminação negativa para a região. «A opção tomada é um absurdo e é desincentivadora para a economia», acrescentou o autarca, para quem «é um dissabor» a Guarda estar «no cruzamento de duas autoestradas que têm portagens das mais caras do país».
Nesta sessão, Álvaro Amaro anunciou que o município vai levar a cabo uma ação de promoção da Guarda na fronteira de Vilar Formoso durante este fim de semana, em que se prevê o regresso de muitos emigrantes a Portugal para as férias. A iniciativa, a realizar por técnicos do setor do turismo, tem como objetivo «promover a Guarda à entrada do território português» e de «cativar os turistas» para uma visita à cidade mais alta do país nesta época. A ação insere-se na estratégia da autarquia de «aumentar o poder de atração» do município e de estimular a economia, adiantou o presidente, no final da reunião quinzenal do executivo. Durante o fim de semana serão distribuídos folhetos e panfletos para que os turistas e os emigrantes que circulem pela A25 ou pela EN16 possam «pernoitar, almoçar ou visitar a Guarda», afirmou o edil, recordando que, no futuro, «em articulação com as unidades hoteleiras do concelho», poderão ser pagas as portagens a quem visitar a cidade e o concelho.
Na sexta-feira, José Igreja também quis saber se a autarquia tenciona realocar funcionários às Juntas de Freguesia. «Temos recebido algumas queixas dos presidentes de Junta, que não têm pessoal afeto para tarefas como a limpeza de ruas e bermas», disse o vereador socialista. Contudo, o presidente da Câmara afirmou que «uma eventual distribuição» de funcionários da autarquia pelas freguesias não deverá ocorrer antes de 2015. «Vamos colocar alguma justiça nisso porque, antes, havia 14 funcionários nas freguesias, mas só Gonçalo tinha quatro ao serviço, o que é incompreensível», declarou Álvaro Amaro, que prometeu um município «mais descentralizador a partir de janeiro de 2015».
Luis Martins