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Álvaro Amaro acredita que «à terceira é de vez» no caso do Hotel Turismo

Turismo de Portugal vai avançar com terceira hasta pública para a requalificação e gestão da histórica unidade, encerrada ao público desde novembro de 2010

O presidente da Câmara da Guarda acredita que «à terceira será de vez» no caso do Hotel Turismo. Conforme O INTERIOR noticiou na edição de 14 de julho, o Turismo de Portugal vai avançar com uma terceira hasta pública para a requalificação e gestão da histórica unidade, encerrada ao público desde novembro de 2010.

No final da última reunião de Câmara, Álvaro Amaro admitiu que «estava confiante» no segundo procedimento, mas que o mesmo não se concretizou por causa do «incompreensível processo de gestão do património do Estado». «Incomoda-me o que se passou com o Hotel Turismo», acrescentou o autarca, lamentando que o Estado não tenha sido «sensível» à posição da Visabeira Turismo – o único candidato selecionado recusou pagar rendas antes da abertura da unidade e, perante a posição do Turismo de Portugal e das Finanças, desistiu do negócio. O impasse deveu-se a cerca de 180 mil euros, o valor das rendas a pagar entre o momento da assinatura do contrato e a abertura do futuro hotel – cerca de 5.000 euros por mês durante 36 meses.

Após mais uma tentativa falhada, Álvaro Amaro continua «na esperança de que à terceira é de vez», até porque «a economia, os privados, deram sinais claros de haver interesse no hotel». Agora, o presidente guardense espera que a terceira hasta pública aconteça «o mais rapidamente possível»: «Temos feito muito nestes últimos dois anos para a reabertura do Hotel Turismo, mas esse desfecho não depende de mim. No entanto, tenho a certeza que nenhum guardense vai poder apontar-me o dedo neste caso», afirmou Álvaro Amaro. Do lado da oposição, Joaquim Carreira continua a insistir que a solução para o Hotel Turismo é «o Estado cumprir o que foi acordado com a Câmara da Guarda em 2011». Ou seja, ser recuperado pelo Turismo de Portugal e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria. «Todos queremos o hotel aberto, mas sabíamos de antemão que seria extremamente difícil tendo em conta a situação do mercado», considera o vereador do PS.

Sobre a saída de cena da Visabeira, o socialista é lacónico, dizendo que a empresa «só tinha que cumprir os requisitos do concurso». Já a posição da Câmara, que chegou a manifestar a disponibilidade para pagar os 180 mil euros das rendas, foi classificada de «anedótica». Joaquim Carreira considera mesmo que, se tal acontecesse, «todos os investidores privados poderiam exigir o mesmo tratamento e ser a autarquia a pagar os seus encargos». As cenas do próximo capítulo do caso Hotel Turismo ainda não têm guião nem data marcada, mas, como noticiou O INTERIOR há quinze dias, o Governo estará «empenhado em encontrar uma solução muito rapidamente» para a unidade. A Visabeira Turismo, que gere seis unidades hoteleiras de cinco e quatro estrelas em Viseu e Aveiro, tinha sido o concorrente escolhido para reabrir o Hotel Turismo da Guarda. O grupo passou à fase de negociações com o Turismo de Portugal na segunda hasta pública realizada em 2015, após um primeiro procedimento ter ficado deserto.

O edifício onde funcionou o Hotel Turismo da Guarda foi vendido em maio de 2011 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria. O imóvel está de portas fechadas e a degradar-se desde novembro de 2010.

Luis Martins Visabeira Turismo desistiu do negócio por causa das rendas a pagar até à abertura do novo hotel

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