A Alvalã, empresa têxtil de Vila Cova, no concelho de Seia, vai encerrar as portas deixando no desemprego meia centena de trabalhadores. Segundo Carlos João, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Alta (STBA), a falência da empresa já era um cenário previsível nos últimos meses. «Embora este desfecho se previsse há algum tempo, sempre fomos acreditando que, apesar de muito difícil, seria possível evitá-lo, mas infelizmente para os trabalhadores não foi assim», confirmou em declarações à Rádio F. O sindicalista lamenta que o processo de reestruturação da empresa não tenha sido bem sucedido, uma vez que a administração tentou encontrar uma solução através do processo de recuperação «só que o Tribunal de Seia entendeu que nem devia mandar prosseguir a acção, nem devia falir a empresa e mandou arquivar», recorda. Uma situação que «não ajudou muito», daí que os trabalhadores, «sem dinheiro e sem trabalho», tenham decidido que «não valia a pena continuar na empresa de braços cruzados e sem receber», realça. De resto, a unidade têxtil fecha numa altura em que os trabalhadores têm dois meses de salários em atraso e uma série de subsídios «que já vêm de 2002», indica Carlos João. Por outro lado, o dirigente do STBA assegura que a falência da Alvalã não é uma consequência directa da concorrência asiática, mas antes o resultado da «má gestão».