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Alunos da Guarda querem fim das aulas de substituição

Centenas de estudantes de três escolas organizaram, de forma espontânea, uma manifestação em frente ao Governo Civil

Centenas de alunos de três escolas da Guarda organizaram, na última segunda-feira, uma manifestação em protesto contra as aulas de substituição que começaram este ano lectivo a ser aplicadas. É que caso não as frequentem, os estudantes levam falta. Os muitos estudantes, do quinto ao nono ano, das escolas EB 2,3 da Sequeira, C+S de S. Miguel e Secundária da Sé reuniram-se em frente ao Governo Civil, onde entregaram um abaixo-assinado com centenas de assinaturas contra as aulas de substituição.

Nem o muito frio que se fez sentir na manhã de segunda-feira demoveu os alunos de percorrerem uma grande distância a pé, durante cerca de hora e meia, para darem conta do seu descontentamento. Os estudantes aproveitaram ainda a manifestação para acender uma fogueira mesmo em frente ao Governo Civil, em protesto contra a falta de aquecimento nas escolas que frequentam. Para os alunos, as aulas de substituição são «um desperdício de tempo e não servem para nada», afirmou Sílvia Costa, que juntamente com Valter Marques, João Filipe Seabra, Liliana Pereira e Ricardo Cunha formaram um quinteto que foi recebido no gabinete da Governadora Civil da Guarda. De resto, os alunos garantem que têm o «apoio de alguns professores, até porque estes, apesar de darem aulas de substituição, não recebem mais por isso». Por outro lado, os estudantes revelam a sua indignação por «apanharmos faltas a essas aulas», queixa-se Valter Marques. «Queremos acabar com as aulas de substituição», frisou Sílvia Costa. «Por vezes, não se faz nada, os professores olham para nós e nós para eles. Não tem razão de ser este tipo de aulas», protesta.

«Para estarmos a jogar mais valia termos o tempo livre para poder estudar», acrescentou Liliana Pereira. Já Ricardo Cunha considera ser um «bocado mau um aluno estar fechado dentro de uma sala de aula das 9 às 17 horas», defendendo que se os professores dão “furos” são para serem «gozados». De resto, os alunos acreditam que vão ter êxito nesta sua reivindicação e prometem continuar a luta até o alcançar. Recorde-se que num despacho publicado no Verão, o Ministério da Educação procedeu a uma reorganização da componente não lectiva e dos horários escolares que obriga os docentes a permanecerem mais tempo nas escolas, além do período de aulas, para assegurar actividades como a substituição de colegas que faltaram. À semelhança do que aconteceu esta semana na Guarda, os alunos vêm demonstrando um pouco por todo o país a sua discordância relativamente a esta opção.

Ricardo Cordeiro

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