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Aluna do Porto recebeu Prémio Pinto Peixoto

Pela terceira vez consecutiva, a Associação Casa de Cultura de Miuzela (Almeida) atribuiu prémio nacional ao melhor aluno do ensino secundário

Uma ex-aluna da Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto, venceu a terceira edição do Prémio Nacional José Pinto Peixoto, instituído pela Associação Casa de Cultura de Miuzela, no concelho de Almeida. Sofia Marques, 18 anos, foi a candidata que apresentou a média mais elevada, tendo concluído o 12º ano com a média final de 19,7 valores. O prémio, no montante de mil euros, foi entregue numa cerimónia realizada no domingo, naquela freguesia, que assinalou também o oitavo aniversário do falecimento do professor José Pinto Peixoto.

Actualmente a estudar na Faculdade de Medicina do Porto, Sofia Marques, natural do Bonfim (Porto), ainda não decidiu a especialidade que pretende seguir: «Talvez neurologia, neurocirurgia ou neuroncologia», revela a aluna, confessando que o prémio «significa muito, porque não estava à espera». A jovem diz ter apenas feito o seu trabalho normal na escola e obteve aquelas notas «naturalmente», pois gosta «bastante de aprender, para além de necessitar delas para entrar em Medicina», conta, surpreendida. Apesar de só agora ter ficado a conhecer o trabalho de Pinto Peixoto, considera que «o seu percurso e a sua personalidade científica são um exemplo para os jovens», refere destacando, por outro lado, que o professor foi «brilhante» em várias áreas e uma pessoa «extraordinariamente simples». Quanto aos mil euros do prémio, Sofia Marques tenciona usá-los no próximo Verão num InterRail: «Este ano fiz um e foi uma experiência muito enriquecedora, que gostava de repetir», explica a jovem.

Segundo Augusto Monteiro Valente, presidente da Associação Casa de Cultura Professor Doutor José Pinto Peixoto, o prémio está a ser cada vez mais divulgado, pelo que «há mais concorrentes e com excelentes notas». Contrariando a ideia da «geração rasca», três outros concorrentes obtiveram médias superiores a 19,5 e todos os candidatos, cerca de vinte, tiveram médias iguais ou superiores a 19 valores. «Tivemos que apurar o vencedor, após desempatar nas milésimas», realça. O júri foi presidido pelo professor João Pinheiro da Providência e Costa, da Universidade da Beira Interior, e integrou representantes do Governo Civil da Guarda, Câmara Municipal de Almeida e da Junta de Freguesia da Miuzela, além do presidente da associação. Com este prémio pretende-se dar à juventude «o exemplo de um homem que nasceu no interior e provou que esse facto não é nenhuma fatalidade. Tal como comprovou que estudar em Portugal não é nenhuma adversidade», explica aquele dirigente. A iniciativa pretende homenagear a memória do seu patrono, natural da freguesia, que faleceu a 6 de Dezembro de 1996, aos 74 anos. «Foi um dos maiores cientistas de renome internacional na área das ciências geofísicas», sublinha Monteiro Valente. Recorde-se que puderam concorrer ao prémio todos os estudantes que terminaram o ensino secundário no ano lectivo de 2003-2004.

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