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Alegre quer boa repartição dos fundos comunitários

Em Castelo Branco, o candidato à Presidência da República defendeu que os dinheiros da UE devem ser aplicados no combate à desertificação

Manuel Alegre defendeu na semana passada, em Castelo Branco, que os fundos comunitários devem ser «bem repartidos» e aplicados no combate à desertificação do interior. Na inauguração da sua sede de campanha na cidade, o candidato à Presidência da República criticou Cavaco Silva e Mário Soares pelo «desperdício» de apoios.

«Houve fortunas fáceis. Muito betão, mas pouca qualificação, e isso não se pode repetir», avisou. Considerando a desertificação do interior como «um dos mais graves problemas do país», Alegre lançou um repto a José Sócrates e aos ministros naturais da região: «Espero que aqueles que governam e são daqui, saibam agora distribuir equitativamente os fundos comunitários», desafiou, aludindo aos 23 mil milhões de euros que Portugal conseguiu arrecadar da União Europeia para o período 2007-2013. Nesse sentido, defendeu uma «justa repartição» dos dinheiros públicos para as áreas do desenvolvimento rural e agricultura, além da aplicação de critérios «que não deixem que haja de novo fortunas fáceis». Manuel Alegre afirmou ainda que, caso vença as eleições, será o Presidente da República que menos problemas criará ao Governo. «Não pretenderei governar a partir da Presidência, nem dar lições de política», disse, referindo-se implicitamente a Cavaco Silva, a que acusa de querer intrometer-se na vida do Executivo se for eleito.

E citou, a título de exemplo, a entrevista ao “Jornal de Notícias” em que o ex-primeiro-ministro defendeu a criação de uma secretaria de Estado para o investimento estrangeiro. «Isto demonstra que ele tem uma concepção governamentalista da Presidência. Mas para além disso, revela que não abandonou a sua concepção do que é o problema do desenvolvimento em Portugal», sustentou. Segundo Manuel Alegre, Portugal precisa sobretudo de «aumentar o tecido produtivo nacional e torná-lo rentável», frisando que, para ele, isso «é uma forma de patriotismo». Para o candidato, o que o distingue dos restantes é não ter «nem uma concepção governamentalista» do exercício da Presidência da República, «nem de um presidente corta-fitas», referindo-se de novo a Cavaco e a Soares.

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