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Alegoria à Guarda no TMG

Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço reencontram-se na última produção do Projéct~

Estreia na quarta-feira o quinto trabalho do Project~, a estrutura de produção teatral do TMG. “Eu queria encontrar aqui ainda a terra” está em cena no pequeno auditório até dia 18 e é uma alegoria à Guarda através do reencontro entre Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço, que por cá estudaram na adolescência. Este espectáculo esteve em cartaz no âmbito das comemorações do Dia da Cidade, mas teve que ser adiado porque um dos actores fracturou um pé durante um dos últimos ensaios.

Trata-se de uma encomenda do Centro de Estudos Ibéricos (CEI) e da Câmara da Guarda, tendo por base um texto de Manuel A. Domingos e António

Godinho. A encenação é de Luciano Amarelo e a interpretação de Paulo Calatré e Pedro Frias. «Esta peça não é sobre a Guarda, mas paira sobre ela, sobre a sua memória recente, os seus fantasmas, as suas inquietações e os seus momentos felizes. O olhar é conduzido pelas narrativas cruzadas de Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço», escrevem os autores. Deste encontro emergem as reminiscências, os silêncios, as perplexidades, o sentir de uma mesma cidade, enquanto espaço iniciático e onírico. Há ainda duas gárgulas da Sé, «que assumem posições antagónicas, reflectindo de forma assertiva um confronto interior que antecede a criação artística». Na terceira e última sequência a acção decorre no convés de um barco transatlântico, onde se encontram, «por acaso (ou talvez não)», duas personagens, acrescentam Manuel A. Domingos e António Godinho.

Esta estrutura dramática pretende «dar ao público a sensação de estar a assistir a três espectáculos numa mesma sessão, mas sem perder a ligação entre as três cenas», adianta Luciano Amarelo. O ponto de partida é a viagem de Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço, «à nossa maneira», pelas suas memórias ligadas à Guarda. “Eu queria encontrar aqui ainda a terra” é o último trabalho do Projéct~, que já produziu “… e outros diálogos”, de João Camilo, com encenação de Luciano Amarelo (Setembro de 2006) e “A Cozinha Canibal”, de Roland Topor, encenada por Américo Rodrigues (Janeiro de 2007). No ano passado estreou a ópera “Na Colónia Penal”, com texto de Franz Kafka e música de Philip Glass, numa encenação de Américo Rodrigues (Março) e “O Barão”, de Luis de Sttau Monteiro, com encenação de Fernando Carmino Marques (Setembro).

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