1. Não se sabe se é um feito da “geringonça” ou se é resultado da «desistência» de quem não consegue emprego, e já não recebe subsídio de desemprego, mas a verdade é que há sete anos que não havia registos tão baixos da taxa de desemprego. Pela primeira vez, desde 2009, há, oficialmente, menos de 500 mil desempregados em Portugal. Mesmo considerando que há algumas notícias pouco animadoras em relação à economia portuguesa e a dívida pública galopou mais uns milhões, mas apesar dos «avisos» e «desejos» da oposição, a verdade é que nada é mais importante do que ter um trabalho.
2. Em poucos meses, o novo Governo exonerou 120 dirigentes do IEFP. O normal! A diferença, desta feita, é que dos demitidos, dez decidiram recorrer a tribunal com o argumento de que não foram nomeados politicamente mas escolhidos pela sua competência, inclusive pelo CRESAP (que avaliou o currículo e indicou três nomes, e depois o governo escolheu aquele que tinha maiores afinidades junto do PSD ou do CDS). Na verdade, não há dúvidas de que foram nomeados politicamente, ainda que tenham, naturalmente, competência para os respetivos cargos. O que é absurdo é terem o despautério de recorrerem a tribunal e exigirem indeminizações quando foram nomeados por serem do partido ou porque alguém do partido os escolheu.
O politicamente correto obriga-nos a concluir que quem estava em funções não deve ser demitido para ser substituído por “boys”. Porém, devemos analisar racionalmente o assunto e perceber que, alguns podem ser boys, de pouca competência e muito servilismo, mas muitos dos nomeados são técnicos competentes e que contribuem decisivamente para a implementação de novas medidas e novas dinâmicas de acordo com as novas orientações de um novo governo. Por isso, quando um governo toma posse é natural e salutar que substitua os “boys” do anterior governo, mesmo que nomeando uns paus-mandados, por forma a assegurar que o seu programa seja implementado. O que não é natural e aceitável, é que os que foram antes nomeados não ponham o lugar à disposição ou se demitam das funções para onde foram nomeados por serem da “cor”.
3. O turismo em Portugal cresceu mais de 70 por cento desde 2009 e bateu o recorde de receitas. Desde março, e pela primeira vez, mensalmente o turismo está a gerar receitas acima dos mil milhões de euros. Impulsionado pelo crescimento de mercados alternativos, mas ainda muito dependente dos ingleses e da praia, os gastos de estrangeiros em Portugal tem crescido continuamente. A instabilidade em países como a Tunísia ou a Turquia são duas das principais razões, mas a verdade é que Portugal passou a estar na moda: é um país com segurança, low-cost (é mais barato a um inglês passar um fim-de-semana no algarve do que ficar em Londres, viagem incluída…), com boas infraestruturas, bons serviços e excelente gastronomia, muito sol e uma luz esplendorosa, tudo boas razões para os estrangeiros visitarem Portugal.
E é precisamente neste contexto que se estranha que o Centro não consiga atrair mais turistas e em especial para a região da Serra da Estrela. Aliás, a fraca promoção da Serra e dos concelhos da região tem passado ao lado deste verdadeiro “boom” no turismo português e enquanto Lisboa, Porto, o Algarve, o Douro ou o Minho recebem milhares de visitantes, a nossa região fora dos destinos eleitos. Também por isso o Hotel de Turismo da Guarda continua a ser um investimento pouco atrativo – quando conseguirmos que a Guarda esteja de facto no mapa dos turistas, o Hotel poderá ter futuro.
Luis Baptista-Martins