O Aguiar da Beira recebeu e venceu o Valecambrense, adversário directo na luta pela fuga à despromoção, amealhando os tão desejados três pontos. Apesar de não ter jogado o seu melhor futebol, a equipa mostrou que ainda está de pedra e cal neste campeonato e que mantém a esperança, embora tenuamente, de poder permanecer na IIIª Divisão Nacional.
O Valecambrense vinha com a disposição de vencer o jogo, segundo palavras do novo treinador ainda antes do início, mas apresentou-se com algumas cautelas, pois sabia que o Aguiar é uma equipa poderosa em casa. Nos primeiros 45 minutos, a equipa de Totá foi muito superior, controlando o adversário e o jogo, com os sectores a funcionarem bem e com muita categoria. Desta forma, os visitantes foram obrigados a jogar no seu meio-campo e não criaram nenhuma oportunidade de golo durante toda a primeira metade do jogo. Já o Aguiar fez ataques constantes, mas não conseguiu criar muitas oportunidades flagrantes, também por culpa dos defesas adversários que não permitiram grandes veleidades aos atacantes da casa. Em duas ocasiões de golo, os aguiarenses converteram uma. A primeira, aos 19 , por Agostinho que, isolado e depois de se ter atrapalhado com a bola, rematou com pouca força, tipo passe para o guarda-redes. Já a segunda deixou todos extasiados, pois foi uma jogada de grande recorte técnico, protagonizada por um grande jogador, Patoilo, que segurou a bola junto à linha de meio campo, progrediu no terreno, fintando todos os adversários que lhe apareceram pela frente, até rematar com força levando o esférico a bater na zona inferior da trave da baliza de Filipe Pinho para entrar.
No reatamento, a equipa de Vale de Cambra só não deu a volta ao resultado porque a defesa do Aguiar o impediu. As bolas foram constantemente bombeadas para a grande área, mas sem resultados práticos, embora Filipe ainda tenha feito duas defesas no mesmo lance que evitaram o golo dos visitantes. Infelizmente, o juiz da partida foi mais uma vez o protagonista superior da partida. Se na primeira metade fez um trabalho considerado razoável, nos segundos 45 minutos foi um descalabro. Foi talvez a pior arbitragem a que assistimos nos últimos anos, pois mais parecia que o árbitro já vinha com a lição estudada, já que prejudicou constantemente a equipa de Aguiar da Beira, marcando faltas atrás de faltas e punindo algumas delas com oito cartões amarelos e um vermelho por acumulação. O maior escândalo aconteceu aos 75’, quando expulsou o guarda-redes Filipe por acumulação. Uma acção disciplinar despropositada, pois o guardião nada fez para merecer tal. Na próxima jornada, o Aguiar da Beira desloca-se ao reduto do Tourizense, actual segundo classificado. Está tudo dito…
Pedro Sousa