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Água, saneamento e resíduos aumentam significativamente em 2013

Câmara da Guarda aprovou valores na última quinta-feira, PSD absteve-se por invocando a «situação financeira» do município

O ano novo está a chegar e com ele os habituais aumentos das tarifas de água, saneamento e resíduos sólidos na Guarda. Na passada quinta-feira, a Câmara aprovou, por maioria, com a abstenção do PSD, os preços destes serviços para 2013 e não são nada brandos.

Na água estão previstas subidas de 2 por cento para os escalões mais baixos, com consumos até 15 metros cúbicos, mas haverá aumentos significativos para os consumidores do terceiro e quarto escalões, cuja fatura vai agravar-se em 4 e 5 por cento. Contudo, para o vereador do pelouro e responsável pelos Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS) não se trata de aumentos, mas sim de «um reajustamento tarifário que tem vindo a ser feito nos últimos anos». Vítor Santos disse que esta medida é necessária «para cobrir o défice nos resíduos» e sublinhou que «98 por cento dos guardenses têm consumos até 15 metros cúbicos, onde as tarifas sobem dois por cento, cerca de 29 cêntimos». De resto, recordou que as tarifas sociais continuam em vigor e representam 120 mil euros que os SMAS não recebem por ano. Estas justificações não convenceram Rui Quinaz, para quem «se somarmos as subidas dos últimos anos, temos um agravamento de 30 a 50 por cento só na água».

O social-democrata constata que a Câmara prevê aumentar as receitas em 21,4 por cento, mais de 740 mil euros relativamente a 2012, pelas suas contas. «Os custos da estratégia da maioria PS vão agora ser cobrados aos munícipes», avisou. O cenário repete-se no saneamento, sendo a subida mais acentuada, de 5 e 7 por cento, nos escalões mais altos. Em ambos os casos o PSD absteve-se alegando que «não quer ser irresponsável ao votar contra as propostas de tarifário dada a situação financeira da Câmara», declarou Rui Quinaz. Nos resíduos sólidos urbanos as tarifas vão aumentar «cerca de dois euros por fatura para cerca de 90 por cento dos consumidores», segundo o vereador Gonçalo Amaral. O socialista recordou que as tarifas estiveram inalteradas até ao ano passado e que esta área rege-se pelo princípio do poluidor-pagador. Mas também notou que tem havido uma redução dos custos da autarquia graças à reciclagem: «Em 2010, a Câmara pagou dois milhões de euros à Resiestrela para tratamento dos resíduos indiferenciados, este ano foram 1,6 milhões. A meta é atingir o défice zero em 2013 e, a partir daí, poder-se-á reduzir novamente a tarifa, mas nunca para valores de há uma década», afirmou.

Também nesta matéria Rui Quinaz apresentou números diferentes. Pelas suas contas, o aumento da tarifa dos resíduos será da ordem dos 70,5 por cento para as famílias e de 109 por cento para o comércio e indústria. «Em 2013, os particulares vão pagar mais 1,20 euros, enquanto comerciantes e empresários terão que desembolsar mais 3,4 euros, isto na componente fixa. A estes valores há ainda que somar uma subida de 30 a 35 por cento da componente variável, que está indexada ao consumo de água. São aumentos brutais», considerou o vereador da oposição.

Luis Martins Autarquia estima que receitas com serviços essenciais vão subir 21,4 por cento em 2013

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