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Água aumentou 35 por cento na Guarda desde 2004

Eficiência dos SMAS tem aumentado, mas tratamento de esgotos continua a sair caro na factura paga à AdZC

Os tarifas da água no município da Guarda aumentaram cerca de 35 por cento entre 2004 e 2007, de acordo com um estudo apresentado recentemente por Vítor Santos ao executivo. O vereador responsável pelos Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS) confirma a subida, mas apenas para quem consome mais de 10 metros cúbicos por mês, o consumo de uma família média em apartamento. «O aumento médio é de 6,3 por cento, o mesmo aplicado pela Águas do Zêzere e Côa aos SMAS», especifica.

No entanto, os consumidores têm vindo a sentir na carteira o recente aumento de 56 cêntimos por metro cúbico de água, o agravamento em 10 por cento no aluguer mensal do contador, que tinha um valor fixo de 2,22 euros, e cerca do dobro na taxa de saneamento cobrada aos munícipes, que até Janeiro era de cerca de 20 cêntimos por metro cúbico consumido. Na altura, esta subida foi explicada como sendo necessária para «equilibrar as contas» dos SMAS, um desafio que já começou a ser conseguido no primeiro trimestre deste ano. Segundo aquele estudo, em Janeiro, Fevereiro e Março os SMAS venderam (423.473 euros) mais água do que compraram (264.045) à AdZC, registando-se um diferencial acumulado positivo de pouco mais de 168 mil euros. O que já é mais que o resultado final da facturação de 2006, quando o lucro foi ligeiramente superior a 162 mil euros, deixando antever que os 200 mil euros contabilizados no final de 2004 poderão ser pulverizados este ano. Uma meta que deverá ser alcançada se se mantiverem os primeiros dados relativos à compra de água. Até agora regista-se uma poupança média de 30 mil euros nas compras previstas e reais à AdZC.

«O objectivo é comprarmos menos água à empresa multimunicipal de abastecimento e rentabilizar cada vez mais essa aquisição, sem esquecer que o consumidor final pretende tarifas sempre mais baixas e melhor qualidade da água fornecida. O que será possível a médio prazo», anuncia Vítor Santos. Até lá, os SMAS têm que reduzir as perdas de água no sistema em baixa. Uma tarefa que está a a dar resultados e, mais uma vez, este primeiro trimestre parece ter sido exemplar, já que foram comprados mais de 511 mil metros cúbicos e vendidos quase 422 mil metros cúbicos, o que representa uma perda de 17,5 por cento. O vereador refere que os valores encontrados para este período revelam, «para já, melhorias relativamente aos anos anteriores». Mas isso ficará a dever-se à renovação do parque de contadores, principalmente aqueles que já ultrapassaram o período de vida útil (oito anos), à substituição de aparelhos avariados e a uma maior fiscalização dos consumos clandestinos. Por outro lado, os serviços municipalizados estarão a ter mais eficácia na reparação de rupturas, enquanto as novas ligações estão a ser feitas através de “outsourcing”. «É mais rentável», explica o responsável, dizendo esperar atingir no final do ano entre 20 a 25 por cento de diferença entre a compra e as perdas.

«O negócio começará a ser rentável quando conseguirmos eliminar as perdas de água, pois haverá maior margem financeira em função do volume de vendas», refere. Entretanto, os SMAS conseguiram poupar 1,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2007 devido à redução das perdas de água e à actualização das taxas. «Com este dinheiro temos antecipados investimentos, nomeadamente na compra de contadores, em obras e ter os pagamentos a fornecedores e empreiteiros em dia. Hoje, os SMAS recuperaram a credibilidade», acredita o vereador. Por resolver continua o problema dos esgotos. Vítor Santos admite que o caso é «complicado», porque continua a entrar no caudal tratado – e pago à AdZC – «muita água que não é de aquisição directa». Por exemplo, no primeiro trimestre deste ano o tratamento de esgoto cobrado tem sido muito superior ao previsto. Em Fevereiro foi mais do dobro, já que os SMAS pagaram mais de 112 mil euros euros pelo serviço quando esperavam suportar apenas cerca de 52 mil.

Luis Martins

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