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Afinal a austeridade é um bluff – Concursos de recrutamento na CMG

Este espaço de opinião que tenho utilizado com regularidade tem-se pautado por pretender ser um contributo tendente ao esclarecimento de factos políticos nacionais e regionais, não obstante, não posso esquecer que o mesmo assume uma clara tendência partidária vista com os olhos, pensamento e reflexão de quem, desde logo, se assumiu claramente como militante do CDS-PP, no qual exerço funções de representação pública, bem como na estrutura política da CPC do CDS-PP na Guarda.

Assim, estava eu a preparar as linhas de orientação do artigo a escrever, que assumo que seriam na área da educação – o caso do Magalhães de Sócrates e ainda o ME que quer encerrar as escolas com menos de 21 alunos, desertificando localidades e obrigando as crianças e os seus encarregados de educação a esforços extraordinários, cujos resultados, a médio prazo, trarão os efeitos negativos da ausência familiar e dos seus custos, tema que levou o nosso já bem crítico Governador Civil da Guarda a reunir-se juntamente com os autarcas do distrito no ME – temas actuais e de interesse pertinente para todo o distrito. No exacto momento da redacção do artigo fui surpreendida, sim SURPREENDIDA, pelo excesso, em tempo de crise dos recém-concursos públicos lançados pela Câmara Municipal da Guarda (CMG).

Passo a explicar a surpresa, no pacote de austeridade – em economia significa rigor no controle de gastos – para baixar o défice público estão previstos limites ao endividamento das autarquias e o congelamento das admissões na função pública, mas tudo isto parece ser um “bluff”, pois a CMG acaba de lançar 15 concursos públicos – publicados a 8 de Junho no “Diário da república”, II Série, nº. 110, e ainda disponíveis na Bolsa de Emprego Público (BEP) – para a contratação no total de 17 técnicos superiores para o exercício de funções na CMG. Estamos assim perante uma situação de austeridade que é só para alguns ou é a necessidade rápida de se assegurar o clientelismo prometido há um ano na campanha. É que, convenhamos, não será uma situação normal!

Mas, neste contexto de crise, onde o emprego público não é só a luz ao fundo do túnel, mas é uma segurança, uma experiência e uma estabilidade, pois estes não são concursos que recrutam qualquer técnico que estará afecto a um salário de 450 euros – que, como sabemos, alguns dos funcionários da CMG estão a auferir mesmo depois desta situação ter sido declarada pelo sindicato, já estamos em Junho e o Ministério das Finanças ainda não publicou a Portaria que alarga o salário mínimo de 450 para 475 euros às autarquias! Uma vergonha! – Estes são concursos por tempo indeterminado, que visam o recrutamento de técnicos superiores. Assim, porque pretendo que as oportunidades sejam para todos, pois trabalho muito com jovens licenciados que se encontram em situação de bastante dificuldade por não conseguirem as oportunidades para as quais direccionaram a sua formação e servindo-me deste espaço que tenho ocupado, divulgo as áreas de recrutamento a saber: Licenciatura em Jornalismo; Licenciatura em Engenharia Florestal; Licenciatura em Nutrição Humana Social e Escolar; Licenciatura em Gestão Informática; Licenciatura em Psicologia das Organizações; Licenciatura em Engenharia Civil; Licenciatura em Engenharia Agrícola; Licenciatura em Engenharia do Ambiente e do Território Ramo de Gestão Ambiental; Licenciatura em Línguas e Literatura Moderna (Variante de Estudos Portugueses e Espanhóis); Licenciatura em Secretariado e Assessoria de Direcção; Licenciatura em Sociologia; Licenciatura em Professor de Ensino Básico Variante Português/Inglês; Licenciatura em Línguas e Literatura Modernas (Variante Português/Francês); Licenciatura em Desporto e ainda Licenciatura em Relações Pública e Licenciatura em Comunicação Empresarial e Marketing. Os interessados devem ser rápidos, pois o término para a apresentação das candidaturas é no dia 23/06/2010.

Irei e iremos, no CDS-PP, estar atentos a este megalómano concurso – deliberado na reunião de Câmara de 6 de Novembro de 2009 – e ao seu respectivo recrutamento, mas a pergunta que ainda faço é em que locais físicos irão trabalhar estes novos técnicos? Apenas para recordar que os corredores da CMG já estão cheios de secretárias e serviços de atendimento a funcionar!!! Será que vão existir obras? Ou haverá descentralização de serviços para a zona histórica da cidade?

Por: Cláudia Teixeira

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