Na sequência do jogo de juniores entre o Sabugal e o Gouveia, em que foram expulsos 13 elementos ao clube serrano, o Conselho de Disciplina (CD) da Associação de Futebol da Guarda (AFG) determinou a abertura de um inquérito ao encontro e de um processo disciplinar a Silvério Sousa, árbitro da partida. O Desportivo mantém, para já, em suspenso a possibilidade de retirar as suas equipas das competições jovens distritais e exige a repetição do jogo em casa do último classificado, cuja vitória lhe garantiria o título.
Os dirigentes do Gouveia reuniram na passada quarta-feira com a direção da AFG, na sequência de uma exposição sobre «os tristes acontecimentos» ocorridos no Sabugal em que é feita «a contextualização da partida, questionada a escolha do árbitro, dissecadas as incidências do jogo e anotadas as irregularidades». O Desportivo requereu ainda «a não homologação do resultado, abertura de inquérito, expulsão do árbitro e auxiliar em causa do quadro de árbitros da AFG e a repetição do jogo». Nesse mesmo dia, na sua reunião ordinária, o CD deliberou, «face ao relatório do árbitro, da força policial presente e do requerimento do clube interessado», solicitar «os exames médicos referentes» ao árbitro Silvério Sousa e ao assistente Pedro Martins, bem como a «abertura de processo de inquérito ao jogo e a todas as incidências disciplinares eventualmente ocorridas». O mesmo órgão delegou ainda na direção da AFG a nomeação de um instrutor.
Decidiu igualmente abrir um processo disciplinar a Silvério Sousa por causa de «declarações prestadas no “facebook” e assumidas em carta pelo árbitro» que o CD considera «violarem o artigo 135º do regulamento disciplinar da AFG». O referido artigo estabelece que «os árbitros ou árbitros assistentes que tenham procedimentos que atentem gravemente contra a dignidade do árbitro e prestígio da arbitragem, que ameacem, desrespeitem ou usem de expressões, desenhos, escritos ou gestos injuriosos, difamatórios ou grosseiros, gestos ameaçadores ou atos que traduzam tentativa de agressão, devidamente comprovados, contra árbitros ou árbitros assistentes, delegados técnicos, membros integrados na estrutura e hierarquia do futebol, individualmente ou por representação orgânica, dirigentes, jogadores, treinadores e demais agentes desportivos, são punidos com a pena de suspensão de 180 dias a dois anos».
De resto, apesar de terem sido expulsos 13 elementos do Gouveia, entre atletas, massagista, delegados e treinador, no mapa de castigos do CD não consta qualquer punição a jogadores ou dirigentes da formação serrana que perdeu por 2-1 no Sabugal. Ainda assim, Alberto Cardoso salienta que o clube «continua a ser prejudicado», pois «enquanto decorrer o processo de inquérito não vamos poder utilizar jogadores dos juniores nos seniores». O presidente do Gouveia adianta que vai aguardar a conclusão do inquérito e que até lá «não vamos tomar nenhuma decisão definitiva» sobre a retirada de equipas das camadas jovens, mas adverte que «continua tudo em cima da mesa», inclusivamente a «não inscrição do clube em qualquer competição oficial da AFG na próxima época».
Ricardo Cordeiro