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AdZC investe no Mondego Superior

Empresa multimunicipal aplica mais de 60 milhões de euros na melhoria do abastecimento e saneamento

A Águas do Zêzere e Côa (AdZC) vai investir, até 2009, no sistema do Mondego Superior Sul, mais de 27 milhões de euros no abastecimento de água e cerca de 34 milhões de euros no saneamento de águas residuais. Na passada quinta-feira, a empresa multimunicipal deu a conhecer os projectos em curso em Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Oliveira do Hospital e Seia.

Sérgio Hora Lopes, presidente do Conselho de Administração, acredita que o investimento terá «um impacto muito positivo» na qualidade de vida da população e no ambiente. «Estamos a falar de um conjunto de obras no valor de mais de 220 milhões de euros, apoiados em 66 por cento por fundos comunitários», sublinha. Depois de terminados estes investimentos, a AdZC não tem planeadas mais obras. «Neste momento o que queremos é atingir os nossos objectivos e cumprir os nossos compromissos, que é chegar ao final do ano e ter as obras concluídas», refere o presidente. No entanto, Sérgio Hora Lopes espera que, a longo prazo, continue a haver obras para uma melhor qualidade de vida da população. Com a construção destas infraestruturas, a AdZC pretende cobrir em abastecimento e saneamento «100 por cento da população urbana da região», contudo, Sérgio Hora Lopes admite que é mais difícil chegar aos habitantes das áreas rurais. «As infraestruturas estão pensadas para caudais de ponta, porque, apesar de haver uma tendência de diminuição da população na região, no Verão há sempre um aumento», adianta.

Para o presidente da AdZC, todas estas obras poderão motivar um aumento do preço da água, embora o preço final possa variar consoante o município. «Essa é uma questão que deve ser colocada aos municípios, porque nós cobraremos uma tarifa que sirva de equilíbrio para o sistema», avisa. Entre os subsistemas de abastecimento e saneamento, a AdZC prevê um investimento global de mais de 227 milhões de euros. A Estação de Tratamento de Água (ETA) das Captações da Serra, em Gouveia, recebe água proveniente de 32 pontos de recolha e contará, brevemente, com mais seis furos para a aumentar o caudal. A obra já está concluída e representa um investimento global de 6,9 milhões de euros. Esta será, posteriormente, complementada com a ETA da Senhora do Desterro, em S. Romão, e servirá 17 mil habitantes equivalentes – o correspondente a habitantes, indústria, comércio e eventual aumento da população durante o Verão –, tendo capacidade para o tratamento de cinco mil metros cúbicos diários.

ETA da Senhora do Desterro vai abastecer mais de 60 mil habitantes

Já a ETA da Ponte de Juncais, no município de Fornos de Algodres, servirá mais de seis mil habitantes das populações Fornos de Algodres e de Vila Franca da Serra (Gouveia). Este subsistema de abastecimento é ainda composto por uma captação no rio Mondego, três reservatórios, seis estações elevatórias e cerca de 34 quilómetros de condutas, representando um investimento de 4,1 milhões de euros. Por sua vez, o subsistema de abastecimento de água da Senhora do Desterro, que se encontra ainda na fase inicial de remodelação, é composto por 31 captações, sete reservatórios, três estações elevatórias e mais de 88 quilómetros de condutas. A obra de remodelação está orçada em 2,4 milhões de euros, tendo capacidade para abastecer mais de 60 mil habitantes e uma população flutuante de cerca de quatro mil pessoas. A ETA da Senhora do Desterro serve os municípios de Seia, Gouveia e Oliveira do hospital. Em remodelação está a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETAR) de Fornos de Algodres, cuja conclusão está prevista para daqui a um ano.

A intervenção está orçada em 690 mil euros, podendo o novo equipamento tratar 840 metros cúbicos por dia de efluentes domésticos e industriais provenientes de quatro mil pessoas. A ETAR de Seia, já em funcionamento, serve as freguesias daquele município e de Paços da Serra (Gouveia), tem capacidade para tratar três mil metros cúbicos por dia de efluentes, provenientes de cerca de 21 mil habitantes equivalentes. A infraestrutura representa um investimento de 4,24 milhões de euros. Já a de São Romão tem capacidade para tratar os resíduos de mais de nove mil habitantes, num investimento que ronda os 2,2 milhões de euros. Já no distrito de Coimbra, a AdZC está a construir a nova ETAR de Oliveira do Hospital, um equipamento orçado em 2,2 milhões de euros e que vai tratar os efluentes de cerca de 12 mil pessoas.

Tânia Santos

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