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Administração do Parkurbis “bate com a porta”

Jorge Patrão é «uma possibilidade» para substituir Carlos Martins na presidência da sociedade

Antigo presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela e atual secretário-geral da Rede de Judiarias de Portugal, Jorge Patrão pode vir a ser o próximo presidente do Conselho de Administração do Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã. A equipa diretiva liderada por Carlos Martins, vice-presidente da Câmara da Covilhã, coadjuvado por Dias Rocha e José Manuel Biscaia, respetivamente, autarcas de Belmonte e de Manteigas, demitiu-se em bloco na semana passada.

Alegadas divergências com o diretor-executivo da sociedade, Pedro Farromba, também vereador da oposição no município da Covilhã, terão sido um dos motivos que estiveram na origem da decisão dos administradores, eleitos em janeiro deste ano. O presidente da Câmara de Manteigas foi o único elemento do CA demissionário que se mostrou disponível para abordar o assunto a O INTERIOR, revelando ter-se demitido por «dois motivos». Primeiro, José Manuel Biscaia frisa que foi informado pelo presidente do CA de «que iria deixar de o ser» e, «por uma questão de relação de confiança pessoal e de amizade», decidiu acompanhar Carlos Martins. Em segundo lugar, o edil manteiguense realça que o Parkurbis, «em termos de formatação, em nada correspondeu às expetativas e ao figurino que tinha do mesmo» e que a «situação económica e financeira» do Parque de Ciência e Tecnologia será «miserável». Já o seu colega de Belmonte, Dias Rocha, declinou fazer comentários «antes da Assembleia Geral», agendada para dia 22 deste mês. Apesar das diversas tentativas, O INTERIOR não conseguiu falar com Carlos Martins.

Na semana passada, fonte do Parkurbis revelou ao “Jornal do Fundão” que, na génese desta demissão em bloco, estarão «falhas na prestação de informação solicitada sobre a gestão da sociedade junto do diretor-executivo, tendo havido necessidade de recorrer ao acionista maioritário, a Câmara, para obter essas informações». A mesma fonte denunciou ainda haver «défice de lealdade» na relação de Pedro Farromba com os membros do CA. Contactado por O INTERIOR, o diretor-executivo também não quis fazer «nenhum comentário». Quanto ao presidente da Câmara da Covilhã, assumiu que «vai haver mudanças» na gestão do Parkurbis, mas que é «prematuro» abordá-las neste momento porque «têm de ser decididas no âmbito da Assembleia Geral». Vítor Pereira considera que «deve ser o Conselho de Administração, de viva voz, a dizer as razões» desta demissão, acrescentando, no entanto, que «não existem quaisquer incompatibilidades» dos membros do CA e que esses rumores não passam de «intoxicação da opinião pública pelos intoxicadores do costume».

Apesar do atual CA ter-se demitido menos de três meses depois de ter assumido funções, o autarca assegura não se sentir «incomodado» com a questão e acredita que as alterações não vão «prejudicar o normal funcionamento» do Parkurbis. De resto, o edil revela que os parques industriais do Canhoso e do Tortosendo, a par do Parkurbis, vão passar a ser geridos «de forma integrada»: «Aquilo que até aqui estava de costas voltadas e desarticulado vai passar a funcionar de forma integrada. Também por essa razão há alterações e porque assim é os protagonistas também têm que ser outros, têm que ter maior disponibilidade de tempo e uma dedicação maior», sustentou Vítor Pereira. O presidente do município reforçou que «a ideia é que quem presida ao CA do Parkurbis fique também responsável pela articulação com os dois parques industriais» focado no «objetivo de criar condições para fixar empresas e criar emprego».

Quanto a nomes para liderar o próximo CA, Vítor Pereira realça que «a melhor forma de tratar estas questões é não fulanizar» e admite que Jorge Patrão «é uma das possibilidades». Sobre a continuidade de Pedro Farromba como diretor-executivo, o autarca sublinha que «isso tem a ver com o próximo CA», que «terá que tratar das questões de relação funcional com os quadros da empresa municipal».

Ricardo Cordeiro O CA liderado por Carlos Martins (à direita) terá alegado «défice de lealdade» por parte de Pedro Farromba (à esquerda)

Comentários dos nossos leitores
Pedro Agapito pedroagapito@outlook.pt
Comentário:
Esta demissão e este fuzué… é nem mais nem menos o pretexto para dar emprego ao desempregado e amigo Jorge Patrão.Continuamos a priviligiar o clientelismo politico em deterimento da competência e formação para os lugares.
 

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