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Adega da Covilhã avança para Plano Especial de Revitalização

Cooperativa vive situação económica e financeira «muito difícil» por causa de dívida elevada à banca, a associados e fornecedores

Este ano não vai haver receção de uvas por parte da Adega Cooperativa da Covilhã. Esta era já uma decisão que se vinha a prenunciar, mas após uma reunião de direção tornou-se inevitável.

Numa carta enviada aos associados no passado dia 10, onde é comunicada a deliberação, junta-se ainda outra informação, a de foi solicitado a sete dos dez trabalhadores que «peçam a suspensão imediata dos contratos de trabalho», ficando apenas três funcionários da área administrativa e comercial. A «evolução do mercado, que tem privilegiado produtos de menor qualidade a preços impraticáveis», e a «elevada dívida a associados e fornecedores» são alguns motivos apresentados no documento que fala numa «muito difícil situação económica e financeira, cujo início terá sido há uns bons 20 anos». Neste momento a solução da Cooperativa pode passar pelo Plano de Especial de Revitalização (PER), «que consideramos ser o que poderá viabilizar a Adega da Covilhã no futuro», mas a direção presidida por Francisco Matos Soares ainda aguarda uma decisão do tribunal. Ao ser aprovado o PER, a Caixa Geral de Depósitos, um dos três maiores credores da instituição, já se mostrou aberta à negociação.

No documento enviado aos sócios, a direção da Cooperativa assegura que «foram feitas todas as tentativas para resolver a situação» e justifica que a decisão de avançar com o PER aconteceu por se tratar de «uma situação limite», sendo que o resultado deste processo é «ainda imprevisível». Atualmente a Adega covilhanense tem uma dívida à banca de dois milhões de euros, 70 por cento da dívida global, tendo pago já 726.926 só em juros aos credores que terão uma palavra final a dizer sobre o futuro daquela entidade.

Desde 2010 que o rumo da instituição piorou após uma campanha «muito reduzida», garantida apenas pelos membros efetivos da direção e poucos associados. Neste momento o cenário não é muito animador e o futuro é incerto. Contudo, a direção lembra que a Adega tem «todas as condições para funcionar, produzindo bons vinhos», mas sem o apoio da banca, dos associados e das entidades locais e oficiais «não é possível continuar a manter a porta aberta».

Ana Eugénia Inácio

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