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Abaixo-assinado em Vila Franca das Naves

Populares vigiaram casa de presumível homicida e exigem a sua prisão preventiva

Os habitantes de Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso, reclamaram no passado sábado a prisão preventiva da mulher do presumível homicida do presidente da Junta de Freguesia local, Miguel Madeira, ocorrido a 27 de Setembro. Dezenas de pessoas concentraram-se frente à casa onde se encontrava a esposa de João Loureiro, dizendo-se dispostos a fazer justiça pelas próprias mãos «mesmo com a presença da GNR». Uma cena que se tem repetido nos últimos dias e não deverá parar até Amália Loureiro sair da vila.

Os populares apontam-na como autora moral do crime e discordam que se encontre em liberdade a aguardar o desenvolvimento do processo. Amália Loureiro é considerada pelas entidades policias como a «responsável moral por ter incitado à prática do crime» que vitimou o autarca. A mulher foi detida pela Polícia Judiciária da Guarda, mas depois de ser presente para primeiro interrogatório judicial, ficou em liberdade mediante a medida de coacção de Termo de Identidade e Residência (TIR). Entretanto, os vilafranquenses estão a promover um abaixo-assinado, já subscrito por mais de quatro centenas de pessoas, para entregar ao juiz do Tribunal de Trancoso, onde requerem que determine a prisão preventiva da arguida, «como forma de manter a segurança e não a alteração da ordem pública nesta vila». É que os subscritores sustentam que o regresso da arguida, ocorrido a 10 de Outubro, «alterou a ordem pública» local. «O facto de ser considerada co-autora da morte de Miguel Madeira, pessoa querida e não esquecida, determinou o tocar os sinos a rebate, uma vigília em frente à casa da arguida e a necessidade da GNR local montar um perímetro de segurança à volta da casa», adiantam.

Segundo os subscritores do documento, «a vinda da arguida a casa e para Vila Franca das Naves representa um desafio, uma provocação ao povo». No sábado, os populares gritaram insultos e proferiram ameaças contra Amália Loureiro, que se manteve no interior da residência guardada por militares da GNR de vários postos da região, um dos quais, munido de metralhadora. Contudo, apesar dos ânimos exaltados, não se registaram quaisquer incidentes.

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