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A voz do Planeta

1º Classificado – Prémio ExpreSsão Rio Vivo

O meu nome é Terra, tenho 4,6 biliões de anos. Os oceanos cobrem cerca de dois terços de minha superfície e tenho várias camadas de ar da atmosfera. Detenho em mim muitas riquezas e sei que sou o único Planeta do Sistema Solar que permite tanta vida. Desde que nasci estou em constantes mudanças, ocorreram inúmeros fenómenos mas apesar de todas estas mudanças sempre me senti bem. Tenho uma função muito importante, assegurar a vida de todos os seres vivo. Admito que não é fácil, mas nunca renunciei ao meu trabalho! Nunca deixei de assegurar as necessidades de todos, sempre vivemos em constante equilíbrio… De todas as épocas que me lembro sempre tive ajuda de todos, mas agora tudo é diferente, agora parece ter mudado uma coisa que já mais poderia ter mudado: o equilíbrio que tinha sido criado aos poucos foi-se comprometendo.

Muito tempo passou e hoje em dia sinto-me fraca, muito fraca… As minhas florestas estão a ser devastadas, provocando inúmeras perdas de espécies animais e vegetais. Os meus rios e oceanos estão a ser poluídos, e a minha atmosfera também. O lixo acumulado demora muito para se decompor provocando feridas na minha crosta. Tudo está a ser destruído e só porque sou muito grande, apenas alguns acreditam que estou correndo perigo de vida.

É como se estivesse doente e ninguém quisesse cuidar de mim. Ninguém se importa comigo e vou ficando cada vez pior. A grande questão que se levanta, e com a qual ninguém se parece importar, é que quanto pior eu fico, pior ficam todos os seres vivos. E garanto-vos que nunca existirá nada que me vá substituir e vos vá salvar, porque há coisas que só eu posso dar. Por isso deixem de dar tanta importância àquilo que não vos vai assegurar as vossas necessidades.

Já tentei por mim própria resolver o problema, criando terramotos, tempestades, furacões, enfim tudo parece em vão… Esta minha defesa contra as vossas ameaças não é nada em comparação com aquilo que me têm feito. Não vos consigo fazer ver que estou a correr um grande perigo, pois continuam a ferir-me.

Apesar de tudo é a ti que peço ajuda, sim é verdade, a ti! A ti que levantas constantemente o teu braço para me prejudicar. Preciso da tua ajuda rapidamente e peço que cuides bem de mim plantando, reciclando, despoluindo, para que possamos viver em harmonia novamente, para que muitos animais e plantas continuem a viver, antes que seja tarde demais…

Ana Amélia Tavares (11º C)

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