The Legendary Tigerman atua sábado à noite (21h30) no TMG e, neste regresso à Guarda, traz “True” (verdade).
O último disco de originais de Paulo Furtado (Wraygunn) tem rock’n’roll, blues e canções, num registo em que o alter ego do músico surge «igual a si mesmo, fiel ao que sempre foi, sem concessões». Contudo, temas como “Wild Beast” e “Love Ride” ganharam cordas e ouvem-se instrumentos de sopro em “Gone”, enquanto “Green Onions” vive num órgão e que “Is My Body Dead?” grite com mil vozes. «Assim desponta o risco e a possibilidade deste disco ter sido criado em cima do erro – a aventura de querer transformar/ evoluir géneros musicais (ilusoriamente) estanques tem mais perigos do que pode aparentar. Porque um one man band é mesmo só um homem-banda que toca todos os instrumentos», refere a produção.
The Legendary Tigerman é o alter ego do multifacetado artista de Coimbra que se inspira no velho formato de one-man-band nascido nas margens do Delta do Mississipi. Neste caso, há uma estética muito particular, pois ao formato tradicional (bombo, prato de choque, guitarra) juntam-se, sem pudor, soluções eletrónicas. Além da qualidade das suas músicas, o êxito deste projeto a solo de Paulo Furtado deve-se também às suas portentosas atuações ao vivo. “True” é o oitavo álbum de The Legendary Tigerman, sucedendo a “Femina” (2009) e ao disco ao vivo “Fuck Christmas, I’ve Got The Blues – Live at ZDB” (2013). Paulo Furtado é o criador de um conceito de blues único em Portugal, em que os sons típicos do Sul dos Estados Unidos se juntam à irreverência e vontade de surpreender. Desde 2002 que o músico «explora as margens dos blues eletrificados, com a guitarra encharcada num reverb que a atira para outro tempo», lê-se na apresentação do músico.