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A Urgência das Urgências

E largos meses se passaram após tanta questão à volta do problemático assunto dos serviços de urgência no nosso país.

Agora acalmadas as populações, organizadas as estruturas, substituídos os ministros e feitas as obras, o que temos?

Tudo lindo, tudo azul, tudo parecendo organizado!

Mas… onde ficou a eficiência dos serviços? Onde está a rapidez, a preocupação dos elementos, quer da parte clínica, quer da enfermagem, em que o serviço saia coordenado, que se note uma boa e precisa colaboração, que se trabalhe em equipa para que o doente que entre na urgência às 9 da manhã tenha, pelo menos em 2/3 horas, o seu assunto resolvido e esteja disponível para ser internado, para regressar a casa ou, muitas vezes, para regressar ao trabalho. No meu caso pessoal, entre uma amostra de sangue para análise e um Raio X, aguentei cinco horas e meia de espera. E ainda foi rápido, pois o bondoso médico me facilitou a vida, senão podia ficar lá a passar a noite! Às vezes, é só por leves esquecimentos… pois foi o que aconteceu. Todos os registos já estavam no computador. O que faltava era “alguém” que deveria estar atento à situação, fosse verificar os registos, passar a receita e mandar o doente embora. Foi “SÓ” isso que faltou! Daí a espera, entre outros motivos de horas e horas nas salas e corredores das urgências. Existe a mesma sensação de abandono, a mesma espera agonizante do tempo em que as paredes estavam amarelecidas e o chão desgastado. Só mudar as moscas é pouco. Continuamos a trabalhar ao contrário, a dar a ilusão de que as coisas estão melhores, mas não é verdade.

Quando vamos apostar a sério na formação, a todos os níveis, dos médicos (formação humanizada) e de todos os seus auxiliares? Quando se acaba com a mentalização de que o doente está ali para servir o médico e não o contrário?

Zelinda Rente, Freches (Trancoso)

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