aulo Langrouva foi o primeiro protagonista da noite eleitoral no último domingo quando, pouco depois das 20 horas, António Edmundo, que se recandidatava a um terceiro mandato, assumia a derrota na sua página de facebook. O economista de 43 anos conseguiu, assim, reconquistar para o PS um município que tinha perdido para o PSD em 1997. Cumpriu-se também a tradição local, pois ainda não foi desta que um presidente de Câmara foi eleito para um terceiro mandato consecutivo.
A candidatura socialista ganhou em todas as frentes e para o município Paulo Langrouva garantiu a presidência com 56,62 por cento, correspondentes a 2.552 votos, elegendo três vereadores contra dois do PSD que se ficou pelos 38,67 por cento (1.743 votos), que há quatro anos tinha ganhou com 55,42 por cento (2.652 votos). Quanto à CDU, cuja candidatura foi liderada por Manuel Teixeira, não conseguiu mais que 34 votos, correspondentes a 0,75 por cento dos votos. Na hora dos festejos, o vencedor, que durante cerca de dois anos e meio foi secretário do seu principal opositor no mandato que agora termina, assumiu ter ficado «muito satisfeito» por ter alcançado um resultado «muito bom»: «Sinto uma grande satisfação principalmente pela população que estava ávida de uma mudança. Esta grande vitória é do povo figueirense», declara Paulo Langrouva, que garante não ter sido apanhado de surpresa com o triunfo.
«A partir do momento em que começámos a fazer comícios e que a adesão das pessoas à nossa caravana ia aumentando passei a não ter dúvidas de que iria ganhar», assume. A sua primeira medida como presidente vai ser avaliar «a real dimensão da dívida» do município, que tem «um elevado endividamento e um alto défice corrente». Depois, «tentaremos ver a melhor maneira de conseguirmos o saneamento das contas», apontou o vencedor, que não exclui a possibilidade de recorrer a uma auditoria externa às contas. O grande derrotado da noite foi António Edmundo, que admite ter ficado «deveras surpreendido» com o resultado, até porque «quer o trabalho desenvolvido, quer a estratégia que delineámos pareciam-me ser os mais corretos, mas povo assim não quis e em democracia temos que respeitar». O social-democrata não garante que vá assumir o cargo de vereador da oposição, dizendo que «esse tema ainda não foi discutido» com os restantes membros da lista, mas assegura que «o PSD assumirá as suas responsabilidades enquanto oposição».
Ricardo Cordeiro 
