Quando nos anos de 1979-1980,um grande Amigo, de seu nome SHAUL TZAFIR, me ofereceu o livro “Jerusalém-Ciudad Sagrada de la Humanidad, una História de Cuarenta Siglos”, dedicando a sua oferta aos “filhos de meus caros amigos de meus filhos Amat, Romit, Abraham como símbolo da Amizade”, nada me conduzia aos tempos actuais, porquanto naqueles anos os que tinham horizontes de progresso, sem rótulos, assentavam os seus princípios e forma de estar no Mundo na base do conhecimento e intercâmbio de valores e saber das Comunidades do Bem.
O SHAUL,do meu TEMPO, era um Homem com visão de futuro, estudioso das sociedades onde trabalhava, amigo do seu Amigo mas disciplinador e conselheiro, e talvez por toda essa preparação e um profundo conhecimento dos terrenos que pisava, escreveu um dia num relatório para o seu Embaixador, o seguinte parágrafo:
«Entreguem-nos a Cova da Beira e dela faremos o maior Jardim do Mundo».
AMIT
ROMIT
ABRAHM:
Vosso Pai, meu irmão de sonhos e aventuras, Técnico de alto gabarito que nos anos de 80 teve a visão do longo prazo do que poderia ser a Cova da Beira, teve hoje
a sua justa homenagem ao ser lançado após 500 Anos, o vinho “Kosher”, produzido na Região da Cova da Beira.
Como ele me dizia, o importante é ter uma cultura de Humanidade, em que todos nós acreditássemos no nosso Deus, onde ele respeitava o Deus católico que já tinha morrido e que aguardava que o Deus judaico num qualquer século fosse morrer. O importante é que todos éramos filhos de um Deus.
Nesta sociedade globalizada, parece-nos que vosso Pai tinha e tem razão, seja qual for o Deus, as sociedades só poderão conviver juntando pensamentos e raízes de todos aqueles que sofrendo têm a coragem de subir as montanhas nem que seja há dentada, mas respeitando sempre, ou sabendo perdoar os outros que não as sabem subir nem com os pés ,nem com as mãos.
E a propósito de raízes, é para mim gratificante verificar que no topo da garrafa “Terras de Belmonte”, tem o escudo da Casa Real de Portugal (“By Appointment to His Royal Highness Dom Duarte Pio Duque of Braganza”), o que significa que estareis a beber um vinho duma região irmã, que vosso pai tanto gostava, amava e sonhava em transformar no Jardim de uma Comunidade Sã e Fraterna.
Nos dias de hoje, continuo na linha de pensamento de vosso Pai:
Lutar pela verdade, aproximar comunidades, respeitar ideologias com espírito construtivo, para que possamos viver e sermos merecedores dum Mundo em que todos, de mãos dadas, possamos viver.
Gostaria imenso, se um dos nossos Deus permitisse, que vocês meus queridos Amit, Romit, Abraham possam visitar para conhecerem os meus filhos que conviveram com vosso pai e, viveram o sonho de “78/80” ,bem como a região que ele estudou e perspectivou para o futuro.
Talvez com a ajuda da família Abravanel, possam visitar a Região da Cova da Beira, onde além da potencialidades agrícolas, foi a região onde nasceu a grande fadista de Portugal – Amália Rodrigues – que ele tanto amava.
Até sempre. Shallom
Por: António Moraes