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«A rádio é uma forma de comunicação mais interessante e um desafio maior»

Cara a Cara – Entrevista: Ricardo Fernandes

P – O que significa vencer o Prémio Nacional de Jornalismo Universitário?

R – Representa o culminar de quatro anos de muito trabalho nesta universidade. É, no fundo, aplicar o que aprendi ao longo de todo o curso.

P – Que reportagem é que lhe deu a vitória?

R – Abordei o suicídio, que é um tema que passa ao lado de muita gente. Normalmente é visto como um “cliché” e, como tal, não se trata. Parte do trabalho foi realizado na Covilhã, onde falei com um sociólogo e um psicólogo. As entrevistas de rua também foram feitas cá, mas para falar com os restantes entrevistados tive de ir a Santa Maria da Feira. Não foi por nenhum motivo em especial, mas na Covilhã não arranjei ninguém por ser um tema de que é complicado falar e este meio também é mais conservador.

P – É um prémio que lhe poderá abrir algumas portas no seu futuro profissional?

R – Penso que sim. Não é nada mau para alguém que quer seguir rádio começar com um estágio na Rádio Renascença. Penso que dá alguma visibilidade e experiência.

P – Esse estágio é um prémio aliciante?

R – É muito aliciante. Outro dos prémios é um curso do Cenjor, que também é excelente para complementar a formação da universidade, que acho que, às vezes, é um bocadinho pobre porque não dá aquela estaleca que precisamos para aprender mesmo como é que se há-de fazer jornalismo. No entanto, o prémio é “pintado a ouro” de início, pois não vão dar qualquer apoio monetário. Se eu não tivesse casa em Lisboa seria muito complicado para mim poder realizar o estágio, uma vez que eu estudo e trabalho para sustentar os estudos. Durante os três meses do estágio vou ter que deixar o meu trabalho e quando voltar já não o terei à disposição. Quando voltar para a UBI já não tenho estágio nem trabalho, mas tenho que acabar o mestrado e voltar a trabalhar. Em Lisboa, também não vão dar qualquer apoio para comer e para os transportes.

P – Porque é que a rádio é o seu meio de eleição?

R – Acho que é uma forma de comunicação que não é só mais interessante, como é também um desafio maior, principalmente no género de reportagem. Quando se tem que descrever um ambiente ou contar uma história apenas através de sons somos forçados a procurar formas alternativas de o fazer e acho que foi isso mesmo que me levou a realizar uma reportagem que foi considerada interessante.

P – Que perspetivas tem para o seu futuro?

R – Gostava muito de fazer rádio e não ser forçado a ir para outros meios. Gostava também de fazer alguma coisa relacionada com sonoplastia, que, a par do jornalismo, também é uma componente que me interessa muito. Gostava de não ficar confinado à prática simulada, que é o que tenho feito.

«A rádio é uma forma de comunicação mais
        interessante e um desafio maior»

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