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A prova dos nove dos vinhos da Beira Interior

Concurso termina sábado em Castelo Rodrigo com a cerimónia de consagração dos melhores néctares da região

A prova dos nove dos vinhos da Beira Interior aconteceu na semana passada, em Figueira de Castelo Rodrigo, mas só no sábado é que serão divulgados os premiados na terceira edição do concurso promovido pelo NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda e pela Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI). A gala da consagração está marcada para o palácio Cristóvão de Moura, na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo.

Este ano, há 74 vinhos a concurso, mais nove que no ano passado, entre brancos, tintos e rosés, todos produzidos na área da CVRBI, que inclui as sub-regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel. A decisão de escolher os melhores foi entregue a um júri formado por 16 enólogos e representantes de comissões vitivinícolas e da Confraria dos Enófilos da Beira Interior. Para João Pedro Esteves, presidente da direcção da CVRBI, considera o evento de «extrema importância» para a divulgação dos vinhos da Beira Interior, uma região vinícola que diz ser «ainda pouco conhecida» no mercado português e internacional. Contudo, o diagnóstico deste responsável é que há por cá vinhos «de alta qualidade, que medem meças aos vinhos de qualquer outra zona do país». Um êxito que atribui a adegas e produtores engarrafadores locais por terem investido na reconversão das vinhas e na alta tecnologia.

«O que havia há meia dúzia de anos era equipamentos de quando foram instaladas as primeiras adegas na região, há 45 anos, e que estavam mais que ultrapassados. Actualmente, podemos dizer que a maioria dos nossos associados tem tudo para poder entrar neste competitivo mercado depois de um trabalho de campo muito bem feito», sublinha João Pedro Esteves. A melhoria é de tal ordem que Pedro Tavares, presidente do NERGA, considera haver já condições para se criar a Casa dos Vinhos da Beira, enquanto elemento agregador e potenciador dos néctares regionais. «Estamos a escrever história com este concurso e espero que a pontuação do júri seja alta, o que significa que a qualidade dos nossos vinhos está a subir», sublinhou. Entretanto, a CVRBI tem planeadas várias acções de trabalho e de promoção nos próximos tempos. No primeiro caso, é intenção trazer os «melhores investigadores» na área da vinha e da vinificação para actualizar os produtores locais.

Em termos de promoção, estão previstas acções no Canada e Estados Unidos, depois de Angola e Brasil, onde a Beira Interior surgiu juntamente com a Bairrada e o Dão. O mercado interno também vai ficar a conhecer melhor os nossos vinhos no próximo ano, já que a CVRBI viu aprovado, há 15 dias, um projecto que consiste na elaboração/distribuição de folhetos informativos e na organização de provas por todo o país. No entanto, segundo João Pedro Esteves, «quando entram num determinado mercado, os vinhos da Beira Interior ficam, o problema é que não são conhecidos». O presidente da CVRBI lembra que «longe vai o tempo em que a Comissão tinha apenas nove associados – cinco adegas e quatro produtores engarrafadores. Neste momento temos 26, o que é exemplificativo da evolução em termos da reconversão de vinhas e da qualificação da matéria-prima». Este ano, o NERCAB – Associação Empresarial da Região de Castelo Branco associou-se ao concurso de vinhos, evento que vai organizar naquele distrito em 2011.

Luis Martins Este ano, os 16 elementos do júri provaram 74 vinhos

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