Não o conheço. Olho para ele e parece-me elegante. Tem facilidade em dar opiniões e até em decidir. Santana Lopes é um trunfo feminino contra Ferro Rodrigues. O Portugal masculino não pode esquecer os padrões da mulher “Maria”, da mulher “Gente”, da leitora da “Máxima”, da “Lux” e tantas outras. A análise política é quase toda feita com barba e gosto heterossexual. A política faz-se de coisas inexplicáveis como a aparência, o diz que disse, a história pessoal, o encanto da família. Tudo conta na imagem que damos aos outros da nossa governação – é o teatro em torno da essência.
Santana Lopes é bonito, tem um currículo de sedução, tem ganho todas as eleições populares por margens expressivas e não pode ser subestimado. As mulheres acham-no interessante e essa premissa não está nas sondagens da Universidade Católica. A beleza é um valor contemporâneo, a estética marca tanto como a consistência ou o discurso fácil. Mas no final o bonito é mais importante. Santana Lopes no Governo é um intenso e surpreendente jogo de xadrez. Será que se zanga com Portas? Será que esbanja sem critério? Será que lança os seus santanistas aos lugares do Cavaquismo? Aumenta os quadros na Função Pública para diminuir o desemprego? Santana Lopes é uma interrogação inestimável. É melhor para o PS ver como se lança nesta, e o que faz, do que ter eleições antecipadas devido a sondagens. Santana é um poço de surpresas que pode condenar o Governo. Á oposição compete estudar os dossiers e denunciar, retirar credibilidade, nos momentos próprios.
Por: Diogo Cabrita