P – Que importância tem, para o Clube de Campismo e Caravanismo da Covilhã, organizar uma iniciativa como o Encontro Nacional de Escaladores?
R – Por se tratar de uma actividade divulgada a nível nacional, será uma forma de dar visibilidade ao Clube e à secção de montanha. Aliás, com a criação da área de montanhismo pretendemos levar novas actividades à população e julgo que temos conseguido esse objectivo. Desde 2001 já realizámos 15 actividades relacionadas com a escalada, a orientação, o pedestrianismo ou travessias. Este ano, o Encontro Nacional de Escaladores, que vai decorrer a partir de amanhã e até domingo, é já a segunda actividade nacional que promovemos. De resto, é a terceira vez que nos cabe a organização deste evento.
P – Quantos participantes estão previstos? De todos os pontos do país?
R – A população de escaladores é um pouco selectiva, por assim dizer. Através da organização de caminhadas conseguimos abranger uma população mais significativa. Pressupõe-se que quem participa num encontro desta natureza já é praticante e já tem material. Nunca conseguimos juntar muita gente porque não há tantos escaladores como caminheiros, por exemplo. Contudo, pensamos reunir 20 ou 30 escaladores de todo o país, mais de fora do que da região. O objectivo é promover o convívio entre os escaladores e, para proporcionar uma actividade de qualidade, equipámos novas vias.
P – A Serra da Estrela oferece boas condições para a prática desta modalidade?
R – Sim. Há inúmeras vias na Serra da Estrela (SE). É pena que se degradem – é preciso manutenção –, porque nem todas as entidades envolvidas, como o Parque Natural da SE, dão apoio a este tipo de actividades. Em Espanha, o Governo e as Câmaras Municipais fazem manutenção e divulgam a modalidade. Em Portugal estas tarefas passam muito pelos clubes e por voluntários. No caso das vias que foram recentemente equipadas, o Clube teve que adquirir material para o fazer. Depois, alguns amigos juntaram-se e foram trabalhando sem receber nada por isso – apenas porque gostam. A Serra dispõe de locais muito interessantes para a escalada, mas poderiam existir mais.
P- Acredita, portanto, que seria necessário um maior envolvimento por parte das entidades ligadas à Serra da Estrela?
R- Penso que sim. Ajudaria bastante se houvesse um planeamento. Lá fora isso acontece. As Federações e o próprio Governo promovem imensas actividades relacionadas com a modalidade e entendem que isso pode contribuir para fomentar o Turismo. Na SE acontece que o Turismo é todo direccionado para a neve. No Verão não há muitas actividades para oferecer a quem nos visita. A promoção da escalada poderia ajudar a dinamizar a montanha todo o ano.
P – A escalada desportiva é uma modalidade dispendiosa?
R – O material é, de facto, um pouco caro e nem em todos os sítios há paredes de escalada onde se possa praticar. Nós temos a sorte de ter a SE e Penha Garcia (Idanha-a-Nova) aqui perto. Mesmo assim, para quem queira equipar-se e ter o seu próprio material fica um pouco dispendioso. Porém, há sempre a possibilidade do praticante se juntar a um clube, usufruindo do seu material. Nós também oferecemos essa possibilidade aos sócios. Temos material à disposição para quem se queira iniciar.
P – Quais serão as próximas actividades do CCCC?
R – Paralelamente ao Encontro Nacional de Escaladores vamos promover uma outra iniciativa: “Estudantes na Escalada – Portugal a trepar”. O objectivo será proporcionar a prática da modalidade de escalada a jovens em idade escolar. É uma actividade gratuita e destina-se a quem participar no Encontro e não for escalar. Ainda este mês, vamos aproveitar a realização do Chocalhos – Festival dos Caminhos da Transumância, em Alpedrinha, entre os dias 19 e 21, para promover a segunda travessia da Serra da Gardunha. Este ano preparámos um novo percurso. Costumamos organizar uma caminhada por mês e Setembro e Outubro não vão ser excepção. Contudo, este ano não haverá em Dezembro, porque é uma altura em que temos poucos participantes. Entretanto, o Clube vai ter eleições no próximo ano e, dependendo da vontade política da direcção que entretanto for eleita, ver-se-á que tipo de actividades serão desenvolvidas.