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À procura do sucesso como cidade

Editorial

1. Cumprindo uma promessa apresentada na tomada de posse do novo executivo municipal, Álvaro Amaro inaugura hoje a FIT – Feira Ibérica de Turismo, na companhia do ministro da Economia, Pires de Lima, confirmando assim que o turismo é uma aposta estratégica da Guarda.

Estimular a economia local e aumentar o poder de atração da Guarda através do turismo são as principais motivações para a organização da Feira Ibérica de Turismo, este fim-de-semana, contribuindo assim para a afirmação da Guarda como destino turístico e cidade bem localizada para todo o tipo de atividades.

Mesmo considerando que o formato é hoje excessivamente “institucionalizado”, com cada vez menos agentes turísticos e cada vez mais autarquias, o modelo definido e a sua conceptualização garantem o sucesso do evento. Mesmo a diminuta presença espanhola (feira ibérica…) não retira brilho ao projeto e deixa, a priori, um excelente cartão-de-visita para outras iniciativas do género. Por outro lado, a realização do certame impele os guardenses a perguntarem, mais uma vez, o que andou a fazer o anterior executivo da Guarda, durante anos, que nem uma feira de atividades económicas realizava há anos (enquanto qualquer concelho da região conseguia organizar com sucesso eventos do género). Ou seja, o sucesso a que está “condenado” Álvaro Amaro começa a montante: na inapelável incompetência dos anteriores executivos municipais (e nunca é demais repeti-lo). E obriga-nos a perguntar porque motivo outras instituições, como as associações empresariais, não faziam antes eventos desta natureza, vitais para a economia local e do interesse socioeconómico para a cidade, concelho e região.

2. Mas a péssima gestão da anterior Câmara da Guarda não se verifica apenas pela inexistência de eventos agregadores e mobilizadores de desenvolvimento económico, analisa-se pela realidade financeira da autarquia: segundo a auditoria externa realizada a Câmara da Guarda tem um passivo de 91 milhões de euros (à data de 30 de setembro, ou seja, uma pesada herança deixada pelas câmaras socialistas da Guarda). Estes valores, há muito “adivinhados”, devem ser taxativamente confirmados e devem ser pedidas responsabilidades civis sobre os seus responsáveis, especialmente porque não se reconhece obra, nem investimento ou atividade que justifique passivo tão elevado – e a contratação de centenas de pessoas, por puro clientelismo, não pode justificar tanto de despautério com dinheiros públicos.

Aliás, como se vê com a organização da FIT, a Guarda não tem um centro de eventos, um pavilhão digno desse nome para a organização de um grande certame, por isso, foi necessário alugar uma estrutura amovível, e seguramente cara (pese embora a Câmara não divulgue valores…) ao contrário da maioria das vilas da região que gerando menos dívidas fizeram o seu multiusos.

E a cereja em cima do bolo: a incompetência do executivo de Joaquim Valente, por todos reconhecida há muito e por isso os guardenses votaram massivamente contra o PS (e de que alguns antigos vereadores se querem afastar, como se o executivo não fosse um todo ou algum se tivesse demitido por discordar da inépcia do todo), é agora confirmada com a identificação de 421 mil euros de comparticipação não reclamada na construção da BMEL.

Luis Baptista-Martins

Comentários dos nossos leitores
A.P: solinca2@hotmail.com
Comentário:
Devia dar prisão. Mas estamos em Portugal, logo dão-se medalhas aos incompetentes.
 

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