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«A poesia é provavelmente a forma artística mais incentivada em ambiente escolar»

Cara a Cara – Maria Margarida Madeira

P – Como surgiu a oportunidade de integrar a antologia anual de poesia da Chiado Editora?

R – Na verdade, participar nesta antologia é uma oportunidade que todos temos. Todos os anos a Chiado Editora revela um prazo em que qualquer pessoa pode enviar um poema de tema livre. Depois de todos serem analisados, são selecionados pelo antólogo aqueles que integrarão a obra final.

P – E o que significa para si a edição de um poema seu? Pode mudar a forma como encara a poesia?

R – Confesso que a edição de um poema meu me apanhou de surpresa – também porque, quando participei, não fazia ideia de como funcionava o processo de publicação da editora. No entanto, a experiência foi bastante esclarecedora nesse aspeto. Sem dúvida que a participação num evento destes é um empurrão no que toca a tomar iniciativa de escrever e publicar poesia ou qualquer outro tipo de escrita.

P – Como chegou à poesia? É um passatempo ou uma coisa que quer levar mais a sério?

R – Não considero ter “chegado à poesia”. Considero tê-la experimentado num momento oportuno – pelo que não posso, para já, fazer-lhe promessas. No máximo, posso dizer que acredito que essa experiência não tenha sido a única; que talvez outras me aguardem.

P – Como é gostar de poesia numa escola secundária nos dias de hoje?

R – Temos tudo aquilo que precisamos para poder gostar de poesia: desde livros, ao programa educativo, à acessibilidade dos professores. Aliás, a poesia é provavelmente a forma artística mais incentivada em ambiente escolar. E a única falha será mesmo essa – há uma diferença entre ensinar poesia e ensinar a gostar de poesia, e essa diferença é que a segunda é impossível.

P – Está nos seus planos editar um livro de poemas? Quando pensa fazê-lo?

R – Como já referi, ainda me encontro apenas numa fase de experimentar a poesia que não me permite criar planos a longo prazo. Como diz o poeta e escritor Charles Bukowski (relativamente à escrita e publicação): «Se não sai de ti a explodir, apesar de tudo, não o faças». Nos meus planos apenas está continuar a experimentá-la, espontaneamente, para poder aprender o que é suposto esta ensinar-me.

Perfil:

Profissão: Estudante

Idade: 17 anos

Naturalidade: Guarda

Currículo: aluna do 12º E na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda

Livro preferido: Há certos gostos que não podem ser quantificados desta maneira, pois são dependentes daquilo que nos fazem sentir no momento e portanto eu teria de dar uma resposta diferente todos os dias, quando o objetivo é exatamente o contrário. Hoje não tenho um livro favorito.

Filme preferido: Respondo da mesma forma que no ponto anterior. Hoje, o meu filme favorito é “Band à Part”, de Jean-Luc Godard (1964).

Maria Margarida Madeira

Sobre o autor

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