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A PLAYLIST DE António Sampaio*

Ouvir música é um prazer que procuro alimentar sempre que tenho condições para tal. Todavia, pela primeira vez senti algum desconforto, pois tinha de escolher as minhas dez músicas preferidas. Era algo estranho, pois nunca ouvira música pressionado em valorar uma em detrimento doutra. E do baú do esquecimento procurei recuperar muitas das músicas que ouvira até à exaustão e que agora estavam um pouco adormecidas. E enquanto ouvia e tomava notas, a lista não parava de sofrer alterações.

Não querendo criar nenhuma graduação para a lista abaixo transcrita, o critério da sua ordenação obedece simplesmente à ordem alfabética por autor.

Amy Winehouse – You Know I’m No Good

Uma grande voz que partiu muito cedo.

Bob Dylan – Like a Rolling Stone

Crítica às pessoas sobranceiras que estão prestes a cair. Esta canção foi eleita a melhor de todos os tempos pela revista Rolling Stone, em 2004.

Bruce Springsteen – Born in the U.S.A.

A música como instrumento de crítica explícita ao tratamento dado aos veteranos da guerra do Vietname; mal interpretado por muitos, foi acusado injustamente de nacionalista.

Dulce Pontes – Canção do Mar

Uma grande voz para um dos maiores êxitos da canção portuguesa de sempre, sendo, provavelmente, a nossa canção mais conhecida fora de Portugal e interpretada por vários artistas, por exemplo, Sarah Brightman.

Eric Clapton – Wonderful Tonight

O quão importante é estar junto da sua amada e a necessidade de repetir o quanto está maravilhosa esta noite.

Louis Armstrong – What a Wonderful World

Música datada de1967 serviu de antídoto ao pesado clima racial e político dos Estados Unidos, ao elogiar as coisas simples da vida.

Nick Cave – Love Letter

O amor como tema recorrente.

Norah Jones – Not Too Late

Nunca é tarde para amar.

Pink Floyd – Wish You Were Here

Apelo à humanização da sociedade que nos aprisiona metaforizado pelo peixe dentro do aquário; trata, igualmente, do tema da ausência provocada pela deterioração mental de Syd Barrett, um dos fundadores do grupo.

Zélia Duncan – Catedral

Metáfora do «eu» enquanto templo de interioridade e solidão.

*professor

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