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«A palavra receio não se põe»

Cara a Cara – Entrevista

Perfil:

– Treinador da equipa de Futsal do Grupo Desportivo e Recreativo das Lameirinhas

– Naturalidade: Guarda

– Idade: 38 anos

– Profissão: Professor de Educação Física

– Hobbies: Futebol, Ler, Música, estar em casa

P – Depois de uma época em que a manutenção acabou por não se revelar muito complicada, quais são as expectativas para a temporada que se inicia este fim-de-semana?

R – Penso que fazer o mesmo que fizemos no ano passado está ao nosso alcance, principalmente este ano que investimos na formação de jovens. Com três treinos por semana, essa formação fica facilitada, porque os jovens jogadores precisam de tempo para treinar e praticar muitas vezes as mesmas coisas.

P – Melhorar o 11º lugar da época passada é um objectivo prioritário?

R – Sem dúvida. Aliás, esse lugar não estará bem de acordo com o valor que demonstrámos. Esta equipa merecia ter ficado muito mais à frente, houve vários factores que contribuíram para esse aspecto, mas o objectivo principal – a manutenção – foi conseguido. Gostávamos de ter ficado mais à frente, mas para primeiro ano não foi mau.

P – A I Divisão é uma miragem ou pode ser uma realidade a curto prazo?

R – A Guarda tem todas as condições para ter uma equipa na I Divisão, mas neste momento acho que não o merece, pois não oferece as condições mínimas de trabalho a uma equipa que está representar tão bem a cidade e o distrito. Penso que também temos que pensar um pouco não só em nós como grupo, mas nas entidades que estão aqui e que têm o seu papel a nível do desporto. Qual é o seu papel afinal?

P – A boa campanha na Taça de Portugal é para repetir?

R – Se nos deixarem, vamos até onde for possível. Temos tido boas participações na Taça nos últimos quatro ou cinco anos e eliminámos algumas equipas da I Divisão. Neste momento, o nosso objectivo prioritário é passar a primeira eliminatória e depois é só esperar e ter sorte no sorteio. Mas se nos calhar uma dessas equipas mais fortes, melhor para nós.

P – O que mais receia neste campeonato?

R – A palavra receio não se põe. Conheço esta equipa há alguns anos e sei que quando está motivada é muito difícil de bater. Os jogos que vamos ter pela frente serão muito complicados, uns com mais ou menos dificuldade, em que o grau de inspiração dos jogadores também será muito importante. Vamos enfrentar o Miramar, que é tão só a equipa com o melhor palmarés a nível nacional na modalidade e que desceu este ano, portanto avizinha-se um campeonato difícil. Só temos que assumir o nosso papel e o nosso valor, que sabemos que o temos.

P – Espera que o público continue a acompanhar os jogos realizados no pavilhão de S. Miguel com o mesmo entusiasmo que revelou na última época?

R – Tenho a certeza que sim. Nesse aspecto nós somos muito felizardos. Pela imagem que tenho dos jogos já realizados na pré-época, penso que esse factor ficará assegurado. Isso é muito importante para nós, porque quando temos o apoio do nosso público temos desempenhos melhores e tenho a certeza que o público vai responder da mesma forma, ou superior, que noutras épocas. O público vibra com os nossos jogos, porque na Guarda não há mais nenhum acontecimento desportivo durante o fim-de-semana que não sejam os jogos de futsal das Lameirinhas. Isso é bom para nós, mas é mau para a cidade sermos o único evento em seniores que dá uma veia desportiva a esta cidade. A Guarda tem que dar uma volta por completo se quiser ter alguma representatividade a nível desportivo. Vai ter que mudar radicalmente e só quem tem o poder é que pode mudar esses aspectos errados. Enquanto as pessoas não entenderem isso, a Guarda vai continuar exactamente na mesma.

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