Tivemos um Verão repleto de factos e acontecimentos políticos que vem demonstrar que é possível fazer mais e melhor, aprofundando a diversidade de oportunidades e sobretudo usufruir de opções políticas bem diferentes daquelas que se vão cultivando ao longo dos anos no Poder Local na Guarda e nos sucessivos governos da República, mais ainda quando conta com o consentimento de alguns silêncios e sobretudo anuências dos interesses instalados nos diversificados níveis da sociedade.
Começo pela oferta e da diversidade cultural e os agentes intervenientes, mesmo que se potenciem no imaginário, que animou o Centro Histórico durante alguns momentos, as iniciativas que tocam áreas tão diversas como o teatro, a dança, a música, com oferta que toca gostos diferentes e mesmo díspares. São apenas exemplos do muito que os agentes culturais deste concelho fazem com o pouco ou quase nada que dela recebem através de subsídios do município. Claro que quando digo recebem, estou a ser irónico. Deveria dizer, em bom rigor, os apoios que um dia irão receber, não se sabe bem quando nem como, mesmo que constem de contrato programa estabelecidos, como acontece com as freguesias. Não compreendo os silêncios de muita boa gente. Quando a Câmara dá um apoio certamente não o devemos entender como uma esmola, mas efectivamente um direito.
Pois se lá nos idos de 2009 que certamente não ajuda a festa é o aspecto menos próprio de ruas da cidade que ostentam e que nalguns bairros atinge níveis de incompreensível desleixo. Também enalteço algumas intervenções de fundo positivas em alguns bairros.
Temas locais e nacionais. Orçamentos, revisão do Plano de Urbanização, a confusão de projectos aprovados. A situação financeira do município, a alienação da nossa “soberania orçamental” aos ditames de outros, enfim… as mesmas opções políticas de sempre, cortes nas prestações sociais, injustiça fiscal, desresponsabilização dos devedores assegurados por uma justiça ineficaz e lenta, falta de fiscalização da ACT, da Segurança Social perante as entidades patronais. Em contraponto assistimos ao “negócio obscuro” nas débeis decisões entre o poder económico e político. Expliquem quais as razões nos cortes dos benefícios fiscais dos contribuintes individuais, leiam-se trabalhadores, em contraponto mantêm-se para a banca e para as grandes empresas.
Não nos falte a paciência e muito haverá que dizer e sobretudo que tomar posição, a começar na Constituição da República Portuguesa, nunca respeitada pelos governos constitucionais. O PS, se quisesse bastava afirmar não contem com os deputados para a alteração em matérias, como as áreas da saúde e educação. Mas não prefere o claudicar do discurso para esconder o caminho que pretende, mais um PEC com o PSD em sede de Orçamento de Estado e mais uma vez com cortes para os trabalhadores.
Por falar nisso, lembrei-me das eleições presidenciais. Finalmente já tenho candidato para apoiar, Francisco Lopes, não faria qualquer sentido que numa eleição para um cargo político eu não apoiasse o único militante do meu Partido que a tal se candidata.
Já tinha saudades disto, mas também afirmo publicamente que não contarão com o meu voto candidatos que no passado ajudaram à destruição de direitos constitucionalmente consagrados! Deixem-se de ambiguidades. Sim é possível com o seu contributo.
Por: Honorato Robalo *
*Dirigente da Direcção da Organização Regional da Guarda do PCP