O Grupo A MatosCar adquiriu o recheio da Egicar, concessionária automóvel insolvente, em leilão, depois de a comissão de credores ter aceitado a sua proposta – de quantia ainda desconhecida – pela globalidade das máquinas e equipamentos. A oferta foi entregue em carta fechada, sendo escolhida em detrimento de outras propostas pela totalidade do material, bem como em “tranches”.
Em declarações a O INTERIOR, o administrador de insolvência da empresa guardense admitiu que «havia mais interessados», mas o valor apresentado pelo grupo portalegrense acabou por ser o mais elevado, e ainda «superior à soma dos totais individuais». Desde o primeiro momento que os credores defendiam a venda na globalidade, uma vez que esta possibilita, à partida, a aquisição e reabertura das instalações da Egicar. Por isso, também o representante dos trabalhadores se mostra satisfeito com este desfecho, que devolve aos ex-funcionários da concessionária automóvel uma réstia de esperança. «Ficámos contentes com a decisão da comissão de credores, já que a venda da totalidade do recheio possibilita de forma mais forte a reabertura das instalações e a reintegração de alguns trabalhadores», acredita Frederico Gomes. «Trata-se de um grupo que está no setor automóvel há vários anos e esperamos que possa vir para aqui», indica, salvaguardando que «esperamos que esta venda viabilize a reabertura, seja de que forma for».
O INTERIOR sabe que o Grupo A MatosCar está em negociações para a aquisição do espaço onde funcionava a Egicar, fator que pesou na decisão dos credores, que sempre defenderam a instalação de outra empresa do ramo. A concessionária automóvel encontra-se em conversações com a Caixa Leasing (Caixa Geral de Depósitos), pelo que poderá vir a ocupar as instalações da empresa insolvente, situação que neste momento não passa de uma hipótese.
A MatosCar representa atualmente seis marcas em Castelo Branco: Opel, Chevrolet, Isuzu, Volkswagen, Citroën e Volvo; a que se juntam 11 marcas em Portalegre, três em Beja e 11 em Évora.
A insolvência da Egicar, encerrada desde o dia 10 de maio, foi pedida pelo Banco Espírito Santo. Perto de 20 trabalhadores ficaram sem emprego, isto numa altura em que a concessionária não representava qualquer marca automóvel. No dia 2 de julho a comissão de credores decidiu-se pela venda do património.
Sara Quelhas